Vila Franca do Campo. PSD preocupado com contaminação da água do Ilhéu

A Comissão Política do PSD de Vila Franca do Campo deu hoje voz “à grande preocupação que tem abalado o concelho face às notícias acerca da qualidade da água do Ilhéu, um ex-libris da nossa riqueza ambiental”, afirmam.

A estrutura liderada por Gonçalo Patrício Dias “estranha o silêncio da Câmara Municipal face ao problema, assim como a ausência de uma reação mais enérgica para esclarecer e descansar os vilafranquenses. Porque é um problema de saúde pública e porque também influencia a economia local”, salientam.

Os banhos nas águas do Ilhéu estiveram interditos porque os níveis de duas bactérias de origem fecal estão muito acima dos valores permitidos: “É uma situação que não é pontual, uma vez que há registo de contaminação da água do interior do Ilhéu em anos anteriores”, lembram os social democratas.

A Direção Regional dos Assuntos do Mar “descartou a hipótese de a contaminação ter origem no interior do próprio Ilhéu, uma vez que as instalações sanitárias existentes são muito fiscalizadas e os tanques estão perfeitamente isolados”.

“Assim, as suspeitas da origem do problema recaem naturalmente para o mau funcionamento do Emissário Submarino”, consideram os social democratas, recordando que “há muito tempo que o PSD de Vila Franca do Campo tem alertado a Câmara Municipal para o estado de conservação daquele equipamento”.

“Já abordamos este assunto em agosto do ano passado”, sendo que o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rodrigues, “não reconheceu a gravidade da situação, referindo que as inspeções marítimas e as intervenções realizadas pela autarquia garantem o correto funcionamento daquela estrutura”, dizem.

Na altura, o presidente da autarquia “também defendeu que a sujidade verificada muitas vezes nas nossas águas balneares vem das nossas ribeiras, e não de esgotos a céu aberto”, recordaram.

O PSD local avança que, “sendo o Emissário Submarino uma estrutura que já tem cerca de 30 anos, deve ser feita uma avaliação bastante minuciosa” – através de um organismo imparcial e independente, designadamente o Laboratório de Engenharia Civil dos Açores –, assim como “deve ser contratada uma equipa de mergulhadores especializada para vistoriar todo o percurso do Emissário”.

Paralelamente, os social democratas defendem a construção de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), “para que as águas expulsas pelo Emissário Submarino possam ter outro tipo de qualidade”, concluem.