Na última década, a avaliar por anúncios e planos, o Governo Regional terá gasto 100 milhões de euros na recuperação de habitação degradada.

Se não questionamos a pertinência de apoiar as famílias mais desfavorecidas na melhoria das suas condições de vida e das respetivas habitações, não deixa de ser um enigma o volume de despesa anunciada para este efeito.

Se atendermos a esse extraordinário volume de verbas a recuperar habitação degradada, a conclusão seria de que a generalidade das famílias dos Açores tem vivido em condições habitacionais inaceitáveis.

Mas será mesmo assim? Ou será que o dinheiro anunciado não terá sido investido nos nobres objetivos de recuperar as habitações dos que dela necessitam?

É que causa estranheza tantos milhões, acrescendo ainda se anunciarem ciclicamente outros tantos, a não ser que a melhoria de habitação degradada se faça construindo barbecues, telheiros, pátios ou anexos de garagem.

Quem necessita de apoio para uma habitação em condições não se satisfaz com o anúncio de milhões ou em promessas eleitorais.