PSD/Açores defende “aposta forte” na admissão de novos enfermeiros para o Serviço Regional de Saúde

O PSD/Açores defende uma “aposta forte” na contratação de novos enfermeiros para o Serviço Regional de Saúde, alegando que o número de profissionais em funções nos Açores, e em S. Miguel em particular, é insuficiente para a cobrir as necessidades atuais e numa perspetiva de desenvolvimento de projetos em curso – como os Núcleos de Saúde Familiar – ou de desenvolvimento de novos projetos de prestação de cuidados de saúde à comunidade.

Segundo Luís Maurício, deputado e porta-voz do PSD/Açores para a Saúde, que falava à saída de uma reunião com o Conselho de Administração da Unidade de Saúde de ilha de São Miguel, em Ponta Delgada, a falta de enfermeiros está a condicionar o funcionamento de valências, como a de cuidados continuados.

“O número de enfermeiros nos Açores, e de uma forma acentuada em São Miguel, ainda está longe das necessidades e faz com que em determinado tipo de valências, nomeadamente na área dos cuidados continuados, o número de camas ocupadas seja diferente do número de camas contratualizadas”, afirmou.

O deputado referiu o caso do Centro de Saúde de Vila Franca do Campo, em que das 20 camas disponíveis para cuidados continuados apenas oito estão ocupadas, e a situação no Centro de Saúde da Ribeira Grande onde apenas 18 das 25 camas contratualizas estão ocupadas por falta de enfermeiros e de assistentes operacionais

Luís Maurício explicou que, mesmo com a abertura de um concurso para a admissão de 15 enfermeiros para a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, “este número é manifestamente insuficiente”, lembrando que a 31 de dezembro de 2016, segundo a Ordem dos Enfermeiros, faltavam 106 enfermeiros em São Miguel.

O parlamentar apontou “a instabilidade” dos assistentes operacionais, recrutados em programas ocupacionais para preencher necessidades permanentes, e as horas extraordinários que muitos enfermeiros são obrigados a fazer, o que “pode colocar  naturalmente em causa a segurança e a qualidade da própria prestação dos cuidados face à exaustão registada após algumas horas de trabalho, que ultrapassam, em muito, a sua carga horária semanal”.

O porta-voz do PSD/Açores para a Saúde reconheceu o “esforço que tem sido feito no sentido de dotar a população de cuidados primários de saúde”, frisando, no entanto, que segundo o Conselho de Administração da USISM, ainda existem 41 mil utentes em São Miguel sem médico de família, dos quais 30 mil em Ponta Delgada e 11 mil no concelho da Ribeira Grande.

Neste quadro, Luís Maurício fez votos para que os médicos internos que estão a concluir a sua formação na área de medicina geral e familiar possam ficar na Região, lembrando que as condições de atratividade para a sua fixação não se resumem a questões financeiras, mas incluem também condições de trabalho como as que se verificam no Centro de Saúde de Ponta Delgada.

“Gostaríamos que fossem as mesmas em todos os postos de saúde de S. Miguel e centros de saúde dos diferentes concelhos e da Região”, afirmou, para assumir que “se for assim, poderemos atingir em 2020 a cobertura integral da população por Médicos de Família”.