Dívida escondida de 24 milhões vai causar aumento brutal de impostos na Praia da Vitória

A comissão política concelhia da Praia da Vitória, os vereadores municipais e os membros da Assembleia Municipal do PSD consideraram que a dívida de 24 milhões de euros “escondida pelo executivo socialista do município”, como foi denunciado pelo Tribunal de Contas (TdC), vai causar “um aumento brutal de impostos no concelho”.

“A auditoria do TdC à situação financeira da Câmara Municipal da Praia da Vitória não deixa margem para dúvidas: injetar milhões de euros numa associação – Salão Teatro Praiense- , que mais não é do que uma empresa municipal encapotada, teve como grande objetivo ocultar a real situação financeira do município e contornar a lei”.

O documento veio demonstrar “as graves ilegalidades cometidas pelos executivos socialistas para disfarçar dívida e enganar os Praienses e as entidades competentes”, afirmou o responsável pela estrutura concelhia, César Toste.

Os social-democratas praienses salientaram que a dívida total do município da Praia da Vitória, incluindo as entidades por este controladas ainda que indiretamente, “é mais do triplo do divulgado pelo executivo socialista, tal como o PSD sempre afirmou. E o TdC comprova que a falta de transparência é uma das marcas da gestão de Tibério Dinis e do PS na câmara da Praia da Vitória. Dizem aos praienses que a dívida total do município é de 7,5 milhões e a auditoria revela que já ascende a 24,6 milhões”, sublinharam.

O PSD da Praia da Vitória alerta que “a consequência desta situação de rutura financeira será um aumento brutal de impostos e taxas municipais” no concelho, nomeadamente do IMI e da derrama municipal, dado que o TdC refere que o município “tem obrigatoriamente de aderir ao procedimento de recuperação financeira municipal, em virtude de se confrontar com uma situação de rutura financeira”, frisaram.

“As famílias e as empresas da Praia da Vitória vão ser obrigadas a pagar a fatura da gestão financeira desastrosa do Partido Socialista na câmara municipal”, referiu a comissão política do PSD praiense.

Os representantes do PSD lamentaram o desrespeito institucional manifestado pelo Presidente da Câmara, demonstrando, mais uma vez, “não estar à altura do cargo que lhe foi confiado pelos Praienses. Ao invés de assumir o erro e a má gestão do município nos últimos anos, tenta encobri-lo com ataques ao TdC, um órgão de soberania credível”.

Na ocasião, a vereadora Cláudia Martins relembrou que os autarcas eleitos pelo PSD “nunca estiveram contra os projetos que são desenvolvidos pela Associação Salão Teatro Praiense. Somos contra este mecanismo de transferências de verbas públicas para uma associação, fugindo ao escrutínio e à transparência a que uma câmara está sujeita, pelo que votamos contra o Orçamento para este ano, que contemplava aquela instituição com 3,6 milhões de euros, sem explicações aceitáveis”, adiantou.

Já o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal, Clélio Meneses, sublinhou que “o primeiro ato dos atuais eleitos pelo PSD no município, ainda antes da primeira reunião, foi pedir todos os elementos informativos sobre a Associação Salão Teatro Praiense”, pelas dúvidas que a sua gestão sempre suscitou, sendo que “distanciamo-nos de uma forma absoluta deste tipo de procedimentos e desta gestão, da qual estão agora em causa o aumento gravíssimo da dívida do município e, como refere o TdC, a criação de uma operação para desviar dinheiros públicos para entidades privadas, num circuito que impeça o controlo público dessas verbas”, sublinhou.