António Ventura acusa Santos Silva de mentir sobre a Base das Lajes

O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República, António Ventura, acusou hoje o Ministro dos Negócios Estrangeiros de “mentir sobre as diversas temáticas que envolvem a Base das Lajes”, nomeadamente “sobre o relatório ambiental realizado pelos norte americanos em 2005, hoje divulgado parcialmente pelo jornal Diário Insular” , afirmou.

“Quando quisemos, por duas vezes, ter acesso a esse documento, pedindo que o solicitasse ao governo dos EUA, o senhor disse que desconhecia o mesmo. Afinal, ele existe, porque através da investigação de um jornal da Ilha Terceira ficamos a saber que existe”.

“Ou seja, o Ministro da Defesa omitiu-nos a existência desse relatório, que indica uma degradação na qualidade da água utilizada pelos norte-americanos estacionados na Base das Lajes”, acrescentou Ventura, durante a audição da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

O deputado recordou também que, na audição do Orçamento de Estado para 2018, Augusto Santos Silva anunciou, “com pompa e circunstância, que o Orçamento da Defesa dos EUA contemplava usos adicionais para a Base das Lajes. No que seria desmentido, no dia seguinte, pelo próprio presidente do governo regional. Ou seja, voltou a faltar à verdade”, afirma.

O deputado do PSD/Açores deu ainda mais um exemplo quando, “à saída da última reunião da Comissão Bilateral Permanente, o senhor ministro disse que a mesma correu muito bem. Enquanto Vasco Cordeiro a classificou como a Bilateral da desilusão”, adianta.

“Continua a haver muita falta de informação, muitas omissões, e mesmo muita negligência por parte do Governo da República em todo este processo”, considera o deputado, que hoje falou mesmo numa atuação do Estado português “que se pode considerar criminosa”.

António Ventura concluiu, dizendo que, na monitorização feita aos aquíferos da Terceira, “foram muitas vezes ultrapassados os valores de referência, assim como detetado o reaparecimento de vários hidrocarbonetos, o que evidencia um perigo real face à bioacumulação resultante do consumo dessas águas”, alertou.