Suspensão de citologias resulta de “falta de planeamento grave”

O deputado do PSD/Açores Luís Maurício considerou que é uma “falta de planeamento grave” a suspensão, em todos os centros de saúde, da recolha de citologias no âmbito do rastreio do cancro do colo do útero.

Em requerimento enviado à Assembleia Legislativa dos Açores, o deputado social-democrata referiu que é “surpreendente” a suspensão da recolha de citologias ginecológicas “determinada pelo Centro de Oncologia dos Açores (COA) em ofício enviado aos conselhos de administração das unidades de saúde de ilha a 21 de fevereiro, por se terem atingido 1300 citologias, número esse que corresponderá ao total contratado com o Laboratório que analisaria as amostras enviadas”.

“Trata-se de um procedimento que revela uma falta de planeamento grave sobre a previsão de citologias a realizar e a correspondente capacidade contratualizada de análise do Laboratório IMP”, frisou.

Luís Maurício denunciou igualmente que a suspensão da recolha de citologias só “foi operacionalizada vários dias após o envio do ofício do COA”, tendo questionado o governo regional para que explique que “destino vai ser dado às citologias efetuadas no âmbito do rastreio do cancro do colo do útero, realizadas entre 21 de fevereiro e a data do conhecimento efetivo pelos clínicos de que a sua recolha estava suspensa”.

Para o parlamentar do PSD/Açores, com esta decisão “é interrompida a dinâmica do próprio rastreio”, numa altura em que as estatísticas conhecidas sobre os novos casos de cancro diagnosticados na Região “devem constituir preocupação para todos os agentes públicos e nomeadamente para quem tem a responsabilidade de gerir e fiscalizar as opções políticas tomadas no sector da saúde”.

O deputado social-democrata questionou ainda o governo regional sobre “qual o número de citologias anuais que se previam recolher e com que base epidemiológica esse número foi determinado”.