Duarte Freitas avança com contratos de autonomia para as escolas

O presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, considerou que a valorização do ensino se deve fazer “através da criação de contratos de autonomia com as escolas, que serão ferramentas essenciais para que a Região possa dar uma nova motivação aos intervenientes do setor educativo”.

“Queremos a escola como protagonista de todo o sistema, como pólo de união entre alunos e professores, pessoal não docente, famílias e a comunidade”, afirmou.

Duarte Freitas falava num colóquio sobre Educação, realizado em Angra do Heroísmo, que contou com a presença dos professores universitários Joaquim Azevedo e Francisco Simões, onde frisou que “só a aposta numa formação virada para o futuro permitirá promover o desenvolvimento económico e social, de acordo com as nossas realidades”.

O candidato a presidente do governo regional salientou “as diferenças, na nossa região, entre uma ilha maior e as ilhas mais pequenas”, pelo que defende a escola “como o agente mais habilitado a concretizar uma política de proximidade, no quadro de um contrato de autonomia”, referiu.

Duarte Freitas reforçou a escolha da Educação como “o grande objetivo e a nossa prioridade comum para os próximos anos”, referindo não poder conformar-se em viver numa terra que, “depois de 20 anos de governação do PS, sofre dos maiores índices de abandono escolar do País, com 17,3 %. Quase 2 em cada 10 jovens abandona o ensino nos Açores”.

O líder social-democrata quer combater “os 20% de retenção no ensino”, não aceitando que “só 8,5% dos açorianos frequentem o ensino superior. Apenas um em cada 10 dos nossos jovens prossegue estudos até à universidade”.

“Esta herança inaceitável também ajuda a explicar o menor crescimento económico, o desemprego elevado e mesmo a delinquência juvenil”, disse Duarte Freitas.

“Em 20 anos de regime socialista as desigualdades sociais e a falta de oportunidades agravaram-se. É tempo de dizer basta e de seguir outro caminho “, afirmou.

E explicou que, “um governo liderado por mim sabe o que quer para a Educação. Pretendemos uma escola e um sistema de ensino inovador. Uma escola que dê capacidades técnicas, mas que também forme cidadãos”, defendeu.

Segundo Duarte Freitas, as metas de um governo regional do PSD/Açores passam por “reduzir o abandono escolar precoce em 5%, reduzir em 5% o insucesso escolar no ensino básico, reduzir para metade o número de jovens que não se encontram empregados ou em formação e aumentar em 10% o número de jovens açorianos que frequentam o ensino superior”.

Para isso, preconiza, “é preciso envolver a família e a comunidade em novas abordagens de gestão das escolas e reorientar a ação social escolar para derrubar barreiras à aprendizagem”, para além de “intervenções no domínio curricular, desenvolvendo, por exemplo, uma nova linha de formação vocacional, de verdadeira descoberta de profissões, para alunos a partir dos 14 anos”.

Joaquim Azevedo, docente da Universidade Católica, defendeu “planos de melhoria que envolvam e comprometam todos os atores do sistema educativo para, ano a ano, se ir melhorando as escolas e o que elas podem oferecer à sociedade. A iniciativa e o poder de mudar as coisas está em cada escola”, referiu.

O professor universitário considera que “o insucesso escolar não é nenhuma fatalidade, e nós podemos combatê-lo. Mas não deve ser o Estado sozinho a fazê-lo, devendo sim acreditar nas capacidades das escolas, dos professores dos alunos, dos pais, para levar a cabo as mudanças necessárias”.

Francisco Simões, investigador do ISCTE, reforçou “a aposta numa linha de verdadeira autonomização das escolas, em mudanças profundas a estabelecer no primeiro ciclo”, e frisou que as escolas “podem desenvolver ações inovadoras, ao nível do acesso a créditos horários ou relacionadas com a formação do pessoal docente e não docente”.

O psicólogo, responsável pela Educação nos grupos de trabalho do Gabinete de Estudos do PSD/Açores para elaborar o programa eleitoral, apresentou a reflexão conjunta “de vários momentos de auscultação, com mais de uma centena de pessoas ligadas ao setor”, de que destacou “a necessidade clara de aprofundar as competências da Região ao nível do primeiro ciclo, tendo em vista um currículo de iniciativa inteiramente regional”.