Porto da Praia, 20 anos perdidos – Opinião de Luís Rendeiro

O Porto Oceânico da Praia da Vitória é uma das mais importantes infra-estruturas da Ilha Terceira e também de toda a Região Autónoma dos Açores. Desde o momento da sua construção, as suas reais potencialidades nunca foram exploradas ou aproveitadas de modo a servir a economia da Ilha e da Região.

Os 20 anos de governação socialista fracassaram na valorização e dinamização do Porto da Praia. Por incapacidade, ou mesmo por falta de vontade, nunca se investiu naquele porto, nunca lá se instalou o que quer que fosse, nem nunca se promoveu “lá fora” (a nível internacional, entenda-se) as possíveis mais-valias de um porto com aquela dimensão e características, bem no meio do Atlântico Norte e das principais rotas marítimas comerciais.

Já passou demasiado tempo. O Porto da Praia tem de ser remodelado, aproveitando todas as suas valências e rentabilizando-as no imediato, captando investimento externo.

Não se podem perder outros 20 anos a falar do Porto da Praia sem agir. Está na hora de ir aos mercados internacionais, contactar com os eventuais interessados e estudar como e quem poderá investir ali, concertando tais acções com a criação de uma zona com tributação diferenciada (impostos mais baixos) como já foi defendido quer por Passos Coelho enquanto Primeiro-Ministro, quer pelo Governo Regional dos Açores. Curiosamente, o actual governo de António Costa nada diz acerca deste tema…

Da potenciação daquele porto pode depender toda a re-industrialização da ilha Terceira, o que contribuirá para que se crie riqueza, emprego e desenvolvimento sustentável na Ilha e nos Açores.

Há que passar, de uma vez por todas, das palavras aos actos, e encontrar potenciais interessados em operar na Praia, num regime de concessão, tendo em vista a privatização do porto.

A capacitação do porto, através da concessão a privados, poderá também servir melhor, quer a Terceira, quer os Açores, ao nível dos preços.

Chegou a hora de rever toda a lógica da estrutura do Porto da Praia da Vitória, no que se refere aos passageiros e às mercadorias, assim como na instalação de indústria nas zonas adjacentes (onde as mercadorias poderão ser transformadas e reexpedidas), atraindo o capital nacional e estrangeiro por via da criação de um regime fiscal mais favorável e da operação do porto.

O Porto da Praia da Vitória não pode perder mais 20 anos. A Terceira também não. E esta é uma daquelas questões que têm tudo para unir os terceirenses em torno de um objectivo comum.