PSD/Açores exige que governo retome incentivos à deslocação de médicos especialistas

O deputado do PSD/Açores Luís Maurício considerou que o governo regional tem de “passar do papel à ação” e retomar os incentivos à deslocação de médicos especialistas às ilhas sem hospital, alegando que a atual situação prejudica milhares de açorianos.

“É tempo de se passar do papel à ação. É tempo de se retomar a deslocação de médicos especialistas. O subsídio à deslocação dos médicos tem que se imediatamente retomado. Sabemos que o atual secretário regional da Saúde tem essa intenção, mas é preciso passar do papel à ação”, afirmou o deputado social-democrata, após uma visita ao centro de saúde de Vila do Porto.

O parlamentar do PSD/Açores, acompanhado pelo deputado mariense Paulo Parece, salientou que a decisão do governo, em 2014, de acabar com os incentivos à deslocação de médicos especialistas tem obrigado milhares de doentes das ilhas mais pequenas a deslocarem-se às ilhas com hospital, com prejuízo para a sua vida pessoal e profissional.

“O PSD/Açores há muito que vem denunciando ter sido essa uma opção errada”, lembrou.

“O número de doentes deslocados desde 2014 tem aumentado. Só na ilha de Santa Maria, no ano passado, o centro de saúde de Vila do Porto fez deslocar mais de 6800 doentes e acompanhantes – um número de deslocações superior à da população da própria ilha. É possível diminuir em muito estas deslocações retomando a deslocação de médicos especialistas aos centros de saúde das ilhas sem hospital”, disse.

Luís Maurício referiu que retomar os incentivos à deslocação de médicos especialistas permite que doentes e acompanhantes em idade ativa “percam menos dias de trabalho”, além de eliminar o “desconforto causado por terem de sair do seu próprio meio”.

“Além disso, a situação atual acaba por ser um ato de má gestão, porque os custos inerentes à deslocação dos doentes para fora da sua ilha são muito maiores que os da deslocação de um médico à ilha para observar esses utentes”, frisou.

A deslocação dos médicos especialistas tem que assentar, explicou, numa “ação coordenada e planeada anualmente” com os diretores dos serviços hospitalares da Região, “assegurando, perante alguma intercorrência, entre deslocações dos especialistas, que os doentes, então, nessas circunstâncias, possam deslocar-se aos hospitais”.

“As deslocações dos médicos devem também conter uma componente de formação a efetuar nos centros de saúde, na vertente de consultoria, e de aperfeiçoamento interpares dos critérios de referenciação dos doentes entre os centros de saúde e hospitais” afirmou.

Luís Maurício defendeu igualmente que se deve “assegurar que os médicos deslocados possam efetuar de forma não remunerada um número de consultas idêntico ao que efetuariam se estivessem a trabalhar no seu hospital de origem”.

O deputado social-democrata alertou ainda para falta de recursos humanos na área de enfermagem no centro de saúde de Vila do Porto, alegando que a unidade de saúde necessita, “de forma urgente, de cinco novos enfermeiros”.

No final da visita, Luís Maurício e Paulo Parece enalteceram o “esforço e dedicação de todos os profissionais do centro de saúde de Vila do Porto, que tudo têm feito para atender da melhor forma possível os seus utentes”.