O candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM a Presidente da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, Carlos Costa Neves, acusa a gestão socialista de “negligenciar e desprezar” a baía da cidade e levanta dúvidas sobre “as motivações das obras no Porto das Pipas”, que “não servem para nada, atiram 18 milhões de euros ao mar e mereceriam uma auditoria”.
O social democrata acusa também o atual presidente da Câmara Municipal, Álamo Meneses, “de disfarçar os sérios problemas de saúde pública” que acontecem frequentemente na sequência das descargas que acontecem na zona da Prainha.
“A baía de Angra do Heroísmo é uma preciosidade, quer do ponto de vista de beleza natural, vista de terra ou vista do mar, mas também o é sob o ponto de vista histórico. Esta baía contribui muito para a própria personalidade de Angra. Mas se hoje olharmos para a Baía o que nós vemos é algo que está negligenciado, está desleixado e onde estão a ser cometidos erros que são irrecuperáveis, infelizmente”, afirma.
O cabeça de lista da coligação “Pela Nossa Terra” ao órgão de fiscalização da ação executiva municipal, encontra “desleixo e negligência” de uma ponta a outra da baía que deu nome à Cidade, mas são as obras do Porto das Pipas que lhe levantam maiores suspeitas: “Quero denunciar o autêntico escândalo que são as obras em curso no Porto das Pipas. Estas obras não servem para nada. Estas obras só vão levar, por um lado, ao estrangulamento do acesso à marina e, por outro lado, a que se atire, literalmente, para o mar 18 milhões de euros. Isto é muito dinheiro que não vai servir para que o porto receba cruzeiros, nem vai resolver nenhum problema ao nível dos transportes de mercadorias. Esta verba devia ter sido investida no Porto da ilha Terceira ou em outras necessidades do Concelho de Angra, que são ainda muitas”.
Concretizando Costa Neves diz que “é lamentável que assim seja” e frisa que o investimento em curso no porto de Angra “justificaria mesmo a realização de uma auditoria à decisão política que lhe está subjacente, a quem nela esteve envolvida e às reais motivações desta decisão inacreditável”.
Noutra frente, prosseguiu, a gestão socialista no Município angrense tem “disfarçado” os sucessivos “problemas de saúde pública” provocados pelas descargas de efluentes de esgotos para a baía: “Álamo Meneses mantém uma atitude passiva, para não dizer uma atitude negligente, relativamente às zonas balneares do Concelho. Basta olhar para a zona balnear da Prainha, que, ciclicamente, tem sérios problemas de saúde pública, permanentemente disfarçados pelo Presidente da Câmara. Todos sabemos que, com frequência, aparecem manchas no mar; todos sabemos o que estas manchas são; tudo isto põe em perigo a saúde pública; no entanto, o Presidente da Câmara vai andando para a frente, pondo umas pás de areia e umas pás de cal, enquanto os cidadãos vão sendo enganados em todo este processo”.
Por fim, na outra extremidade da baía está “o desprezado e abandonado” Cais da Figueirinha: “Até nas paredes por pintar se vê o desprezo e abandono a que aquele lado da baía está votado. O cuidado que devia existir e a vida que aquele Cais devia ter é algo a que não se assiste, por responsabilidade única da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e do seu Presidente, Álamo Meneses”, conclui.