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Os vereadores do PSD na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Marcos Couto e Miguel Bezerra, apresentaram um voto de protesto pelo facto do Governo Regional “ter abandonado o projeto da Radioterapia no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, falhando assim uma promessa eleitoral de vários anos”, utilizando o argumento de que “o número de casos na Ilha Terceira seria insuficiente para a possibilidade de abertura de uma segunda unidade de tratamentos” na Região.

Os social-democratas consideram que esse é um argumento “discriminatório e desconectado da realidade, como recentemente foi provado pelos números que o próprio Governo Regional apresentou”, adiantam.

“Relembramos que a instalação daquele centro na Ilha Terceira iria permitir a injeção direta e indireta na economia local de 3 milhões de euros”, referem Marcos Couto e Miguel Bezerra, que lamentaram ainda “o abandono a que a ilha e o concelho estão votados por parte do Governo Regional em geral, e neste caso em particular, pelo Secretário Regional da Saúde”.

O voto teve dois votos favoráveis dos vereadores do PSD, sendo recusado pelos quatro autarcas do PS, “que se justificaram dizendo que decorrem contactos com o Governo Regional para resolver a questão, que também consideram de grande importância para a população terceirense, cujo interesse defendem junto das entidades competentes”, citam

Marcos Couto e Miguel Bezerra dizem ser “difícil entender a posição da gestão socialista no governo, uma vez que, desde o início do processo, era conhecido o número de casos na Terceira. E avançou-se para a construção das instalações no Hospital da Ilha Terceira”, pelo que este facto “mostra bem a leviandade com que são geridos os dinheiros públicos e a falta de respeito que o governo revela pela Ilha Terceira”, lamentam.

Entretanto, os social-democratas criticaram as declarações do presidente de câmara, Álamo Meneses, “acerca do nosso voto sobre a Feira de Natal a Passagem de Ano na Praça Velha, que consideramos ser um modelo esgotado e a necessitar de alternativas”.

“O senhor presidente diz que somos pessoas pouco viajadas e, como tal, não conhecemos o que se faz noutras cidades. Realmente, pertencemos ao grupo – cerca de 90% – dos açorianos com poucas hipóteses de viajar. Nem temos a oportunidade de o fazer no constante desempenho de funções publicas, como faz o senhor presidente, há mais de 20 anos, anteriormente como membro do governo e agora como autarca inequivocamente eleito”, adiantam.

“Mesmo assim gostaríamos de referir que, das poucas vezes que o fizemos, à conta dos nossos vencimentos, tivemos a evidencia de que o que diz não corresponde à realidade”, referem.

“A importação cega dos ditos modelos de países desenvolvidos nunca deu bons resultados nos Açores, mais concretamente na Ilha Terceira e em Angra. Os Açores, a nossa ilha e o nosso concelho têm uma identidade muito própria que, em nosso entender, não é respeitada”, concluem Marcos Couto e Miguel Bezerra.