O grupo parlamentar do PSD/Açores desafiou o Governo regional a “atuar rapidamente” e com “realismo” sobre os problemas económicos e financeiros do Grupo SATA que se traduzem em graves problemas técnicos e operacionais na operação da transportadora.
António Vasco Viveiros, deputado do PSD/Açores que falava no parlamento açoriano no debate sobre a companhia aérea regional, defendeu que “as soluções de adiamento ou que no imediato sejam politicamente menos penalizadoras não resolvem de forma sustentada os problemas da empresa nem dos transportes aéreos nos Açores”.
O deputado lamentou que o executivo açoriano e a bancada do PS se tenham recusado a admitir o profundo desequilíbrio financeiro e a quase falência técnica em que se encontra a SATA, situação que exemplifica as más experiências governativas socialistas ao longo dos últimos 10 anos, período em que a empresa perdeu cerca de 130 milhões de euros.
“A situação é grave e há aqui um pano de fundo que tem de ser analisado com seriedade. A SATA está com capitais negativos de quase 100 milhões de euros, fruto de prejuízos anuais acumulados que comprometem, quase no imediato, a sua permanência no mercado”, afirmou, lembrando a “administração displicente e pouco profissional com que a empresa foi gerida na última década e os negócios ruinosos nunca escrutinados”.
António Vasco Viveiros salientou que Vasco Cordeiro tem responsabilidades diretas na SATA desde 2008, primeiro como secretário regional da Economia e agora como Presidente do Governo dos Açores, e desafiou o chefe do executivo a assumir as suas responsabilidades e a dar explicações aos trabalhadores da empresa e aos açorianos”,
O social-democrata açoriano reconheceu que “perante uma empresa tecnicamente falida, desorganizada e sem rumo, a margem de atuação é limitada” e frisou que “as soluções possíveis são necessariamente difíceis e penalizadoras”. Mas lembrou que “o desafio que se coloca, antes de mais, é o de salvar o essencial” na companhia aérea açoriana SATA.
O PSD/Açores anunciou e defendeu várias medidas para o Grupo SATA, entre as quais a urgência do Governo pagar a sua dívida à SATA e a necessidade de recapitalizar a SATA Air Açores com o reforço de capitais públicos e a Azores Airlines (ex-SATA Internacional) preferencialmente com capitais privados.
Os social-democratas açorianos defendem a separação “clara e institucional” da atividade da SATA Air Açores da atividade da Azores Airlines (ex-SATA Internacional) para evitar o contágio de eventuais riscos entre as duas empresas, e rejeitam o encerramento abruto de qualquer empresa do Grupo SATA, mesmo que seja aberta outra com o mesmo objeto.
“Este cenário comprometeria o bom nome da Região, com reflexos num vasto setor público empresarial, financeiramente desequilibrado e não deixaria de constituir um mau exemplo para as empresas privadas em dificuldades”, explicou, antes de Vasco Cordeiro, admitir, no parlamento açoriano, que essa é uma das hipóteses que está a ser ponderada.
António Vasco Viveiros sublinhou que a situação em que se encontra o Grupo SATA não é uma exceção no conjunto do setor público empresarial e da própria administração pública regional, mas antes a ponta do icebergue da má governação regional socialista.
“É o exemplo em que a demagogia foi insuficiente para, por mais tempo, mascarar a realidade e demonstra de forma clara e inequívoca o inevitável resultado da colocação das instituições públicas ao serviço dos interesses partidários”, resumiu o deputado do PSD/Açores