Skip to main content

Mais uma promessa não cumprida para a ilha Terceira

Em dezembro de 2011 o então Secretário Regional da Economia e atual Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, anunciava com grande pompa e circunstância a criação de ligações marítimas quinzenais entre a Terceira e o Continente.

O então Secretário afirmava que “O Governo Regional já vem a trabalhar nesta matéria há algum tempo” e que esta medida teria um grande impacto na capacidade exportadora da Ilha e permitiria “uma importante valorização da Ilha Terceira”.

Importa recordar que a mencionada ligação marítima foi publicitada num contexto de crise, fazendo crer que seria duradoura. Para o efeito, basta recordar as declarações do Governo: “Tendo em conta a conjuntura nacional e internacional de retração económica em que vivemos e a diminuição da carga que se verifica nos circuitos entre o Continente e os Açores, esse abastecimento deve ser assegurado”.

Porém a anunciada ligação foi sol de “pouca dura”. Ou seja, durou só até agosto de 2013.

O protagonista que anunciou a ligação marítima Terceira/Continente, criando expectativas aos Terceirenses, é atualmente o Presidente do Governo Regional e candidato pelo PS às próximas eleições regionais.

Ora, o Governo Regional criou falsas esperanças aos Terceirenses, em especial aos comerciantes e empresários, que agora têm de esperar mais tempo para expedir e receber as suas mercadorias.

O Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira menciona ligações marítimas diretas com o Continente, mas como já tínhamos previsto é mais um plano. É mais um papel que como tantos outros, anunciados para a Terceira nestes 20 anos de governação socialista, que tentam passar a ideia que se vai fazer alguma coisa.

A agravar persiste uma greve dos estivadores no Porto de Lisboa e de Leixões que impediu os Comerciantes de receberem mercadorias nas últimas duas semanas.

A presente greve dos estivadores e a sua persistência estão a causar graves prejuízos à frágil economia Terceirense, como afirmam os agentes económicos em testemunhos públicos.

É de estranhar o silêncio do Governo Regional que, junto do governo da Republica, tem a obrigação de alertar e exigir soluções atempadas para este problema.

É típico do Governo Regional do Partido Socialista calar-se quando na República tem de reivindicar perante um governo da mesma cor política.

Infelizmente já nos habituaram a colocar os interesses do Partido Socialista à frente dos interesses dos Açores.

De facto, é imperdoável que o Governo da República depois da experiência vivenciada em dezembro de 2015, perante uma greve prolongada que pôs em causa o transporte de mercadorias para os Açores, não tenha acautelado esta situação para o futuro.

Vinte anos de governação é muito tempo.

Os Terceirenses têm razões para se queixar de 20 anos de governação socialista.

A Ilha Terceira perde dinâmica, perde capacidade de criação de empresas e de fixação de pessoas, perde eficácia e eficiência no transporte marítimo, e, acima de tudo, é-lhe negado o valioso contributo que pode dar ao desenvolvimento dos Açores.

Para o PSD/Açores a política de transportes é estratégica para a Região.

Numa Região como a nossa, não se pode pretender um crescimento económico forte e duradouro, gerador de empregos e criador de riqueza, sem questionar a eficácia da política de transportes, equacionando a construção de um modelo que se constitua como parceiro incentivador do desenvolvimento.

 

Fotografia: Duarte Lourenço