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Os grupos parlamentares do PSD, CDS-PP e PPM na Assembleia Legislativa dos Açores querem “valorizar” o estatuto de Cidade Património Mundial que a Unesco atribuiu a Angra do Heroísmo em 1983, “fazendo dessa distinção uma aposta na promoção de um produto turístico de cultura, que complemente o produto de turismo de natureza do arquipélago”.

Numa esplanada sobre a baía da cidade, coube à deputada Nídia Inácio apresentar o Projeto de Resolução a discutir em Plenário, sendo que “em plenas festas Sanjoaninas, com Angra do Heroísmo cheia de turistas e visitantes, e a poucos meses de se completarem 40 anos sobre a distinção da Unesco, este é um passo natural”, referiu.

Recordando que “o imediato esforço de reconstrução após o Sismo de 1 de janeiro de 1980, com uma total mobilização da população e do Governo Regional de então, foram, também essenciais para a classificação como Património Mundial”, a social-democrata destacou “o urbanismo singular da primeira cidade portuguesa com aquele estatuto, devido ao valor cultural da sua importância histórica e patrimonial, pelo papel transatlântico que desempenhou”.

PSD, CDS-PP e PPM pretendem que, 40 anos passados da classificação do Centro Histórico de Angra do Heroísmo, “num período de recuperação socioeconómica e turística na Região e na ilha Terceira, dar condições à sua promoção como produto turístico de cultura e de património, diversificando a oferta da Região, e em complemento ao produto de turismo de natureza”, explicou Nídia Inácio.

“Em Angra do Heroísmo permanecem um traço artístico inigualável de arquitetura, escultura, talha, porcelana, azulejaria e mobiliário, marcas da interculturalidade e globalização da época, bem conservadas, e que podem ser potenciadas como produto turístico dos Açores”, enfatizou a deputada.

Propõe-se, pois, que o Governo Regional promova tal faceta enquanto produto turístico, “criando a ‘Rota dos Descobrimentos’ e a ‘Rota pelo Liberalismo’, em articulação com entidades públicas e operadores turísticos, regionais e nacionais”, disse Nídia Inácio.

Igualmente “deve prosseguir e reforçar-se a divulgação da informação sobre os achados arqueológicos subaquáticos existentes na baía de Angra do Heroísmo”, assim como deverá ser criado “um grupo de trabalho para avaliar da salvaguarda do património mundial, e as oportunidades para valorizá-lo e potenciá-lo, a par de um turismo sustentável, compilando o trabalho efetuado nos últimos 40 anos”, frisou.

Os partidos da Coligação defendem ainda “plataformas que mobilizem a comunidade para a integração no património cultural, um processo que deve também criar condições ao desenvolvimento de um ecomuseu”, assim como “a formação em Património Mundial da UNESCO para os profissionais de informação turística, que desempenham um papel vital na sensibilização para os valores de preservação do património da cidade de Angra do Heroísmo”.

“O produto turístico de cultura é definido – pela Organização Mundial do Turismo – por deslocar pessoas com motivações essencialmente culturais, em passeios de estudo, artes performativas, viagens a festivais, visitas a sítios e monumentos, viagens para estudar a natureza, o folclore ou a arte, e mesmo peregrinações”.

“Isso inclui deslocações que satisfazem a necessidade humana de diversidade, tendendo a elevar o nível cultural do indivíduo e dando origem a novos conhecimentos, experiências e encontros. E é isso que queremos fomentar em Angra do Heroísmo”, concluiu Nídia Inácio.