O deputado do PSD/Açores António Pedroso afirmou que a ilha de São Jorge foi prejudicada com a suspensão da chamada “Linha Lilás”, operada pela empresa pública Atlanticoline, alegando que tal resultou numa acentuada quebra no número de dormidas.
“A ilha de São Jorge no seu todo – em particular o concelho da Calheta – foi claramente prejudicada a nível turístico e económico este verão, e continuará a ser prejudicada no próximo ano se nada for feito para alterar as acessibilidades, nomeadamente as marítimas e a reposição da ‘Linha Lilás’”, afirmou o social-democrata, na Assembleia Legislativa dos Açores.
O parlamentar do PSD/Açores salientou que, segundo os números do Instituto Nacional de Estatística, “só no mês de julho as dormidas na ilha de São Jorge baixaram 16,6 por cento, num resultado claro da ineficiente política de transportes deste governo socialista para esta ilha”.
“Outro dado que resulta também diretamente do cancelamento da ‘Linha Lilás’ é a substancial diminuição da taxa de ocupação da Pousada da Juventude da Calheta que baixou na ordem dos 30 por cento”, referiu.
António Pedroso considerou que existe uma “relação direta” entre a quebra taxa de ocupação da Pousada da Juventude da Calheta e a falta de transportes públicos em “horário adequado” para servir os “muitos jovens que viajam com o cartão Interjovem e utilizam a pousada para pernoitar”.
“É evidente que tendo de desembarcar nas Velas e sem ter transportes públicos em horário adequado, nem todos os jovens podem pagar 20 euros por um táxi, para ir das Velas à Calheta. Ora, sabendo que a Pousada da Juventude da Calheta está em vias de ser privatizada, com um decréscimo de taxa de ocupação e respetivas receitas, deixará de ser um negócio atrativo”, disse.
O parlamentar do PSD/Açores eleito por São Jorge denunciou também os “atrasos continuados com que se têm publicado os horários e as imensas alterações feitas” pela Atlanticoline, pondo em causa a credibilidade da operação.
“Em 250 dias de operação de transportes marítimos, a Atlanticoline emitiu 104 avisos de alterações ou cancelamentos! Que credibilidade e que segurança tem uma empresa que, de dois em dois dias, altera ou cancela horários?”, questionou.
O deputado social-democrata acrescentou que os habitantes da Calheta se sentem “injustiçados” com o atual serviço de transporte marítimo de passageiros, dado que perderam a “ligação histórica” que o concelho tinha com Angra do Heroísmo, na Terceira.
“Mesmo sem gare marítima e sem condições, os calhetenses tinham uma ligação histórica a Angra, no tempo em que a Transmaçor era privada, e que serviu muito bem os jorgenses. Finalmente, a gare foi construída, mas ficou encerrada porque, entretanto, se suspendeu a ligação marítima. Com a chegada do navio ‘Gilberto Mariano’, a ligação marítima foi reposta, mas sem rampa ‘ro-ro’. Agora que têm a rampa ‘ro-ro’, ficaram sem navio. Isto é dramáticoe é compreensível a revolta das pessoas. Tem sido fazer ‘gato-sapato’ dos jorgenses”, concluiu.