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O candidato do PPD/PSD à presidência da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo entende que os programas ocupacionais em vigor nos Açores “favorecem a precariedade laboral”.

“O Governo em vez de, efetivamente, apoiar as empresas, mantém a carga fiscal e apresenta este tipo de programas que favorecem a precariedade”, afirmou Marcos Couto, numa intervenção na conferência `Precariedade Laboral´, organizada pelos TSD/Terceira.

Para o candidato autárquico, este paradigma “tem de ser invertido”.

Referindo-se às empresas exportadoras, Marcos Couto entende que deve ser efetivado “um verdadeiro apoio à exportação”, porque aí “estaremos a criar bom emprego”.

“Nenhuma empresa quer ter trabalhadores temporários. Isto representa um custo. A entrada de um novo funcionário tem custos e quanto mais especializada for a empresa, maior será esse custo”, referiu, acrescentando que as empresas “são empurradas” para a utilização dos programas ocupacionais devido à escassez de apoios diretos.
O social democrata vê com alguma preocupação que entidades públicas recorram a este tipo de emprego, porque representa uma tentativa de escamotear a realidade do desemprego existente na Região.

“Não foi à toa que a Câmara de Angra do Heroísmo teve, até há bem pouco tempo, 250 funcionários em programas ocupacionais. Neste momento tem 100”, revelou.

Marcos Couto constatou, nas visitas que efetuou a todos os departamentos municipais, que a média de idades dos funcionários é alta, o que representa uma baixa de produtividade, o que levou a edilidade a recorrer a este programas ocupacionais para não contratar.

“Este é um mau exemplo de uma entidade pública. Assim promove-se a precariedade laboral”, lamentou.
O candidato do PPD/PSD considera, igualmente, que a falta de formação de ativos, associada à maior taxa de abandono escolar do país, que se regista na Região, prejudica as empresas.

“O Governo deixou de abrir candidaturas para as entidades certificadas na formação. A perceção que os empresários têm é que esse dinheiro que esteve afeto à formação está a ser desviado para os programas ocupacionais”, salientou, realçando que “é grave que não se faça formação contínua na Região”.

Marcos Couto pretende, enquanto presidente do município de Angra do Heroísmo, apostar na formação de ativos e apoiar as exportações das empresas privadas.

“A economia de uma Região, como a nossa, funciona com o mesmo dinheiro sistematicamente rolando. A única forma que temos de fazer crescer este bolo é com a injeção de capital, que só chegará através das exportações”, destacou.

O social democrata entende que “se não exportarmos não teremos a possibilidade de gerar riqueza e emprego, bom emprego”.

“O Governo anunciou, com toda a pompa e circunstância, iria apoiar em 90% as exportações. Na realidade, o que acontece é que esse apoio apenas incide no percurso entre os Açores e o Continente. A partir daí, o custo é totalmente suportado pelos empresários”, disse.

Referindo-se à floricultura, Marcos Couto revelou que, por exemplo, nas Canárias — Região que produz no mesmo tempo que os Açores — o transporte é financiado a 100% entre o arquipélago e o destino final, na Holanda. Desta forma, o acréscimo de custo suportado pelos produtores açorianos irá refletir-se no custo final do produto, tornando-o menos competitivo.

“É preciso que os Açores façam o que fazem outras regiões, que é apostar na exportação, apoiando desde a origem até ao destino final”, referiu.

Marcos Couto destaca que “devemos apostar na qualidade dos nossos produtos, de valor acrescentado, porque nunca poderemos competir com outras economias europeias de grande dimensão”.