Ganhar em todos os distrito do Continente, em todas as freguesias dos Açores (só Cavaco Silva andou lá perto em 1991) e da Madeira, só pode ter um significado: Marcelo, para além de todas as suas qualidades intelectuais e da sua empatia, é sobretudo um produto da comunicação social. Marcelo é, já em si próprio, a mensagem.
No caso de Marcelo, pelo menos até agora, o mais importante não foi o conteúdo da mensagem, foi sim o veículo da mensagem – o próprio Marcelo.
A popularidade de Marcelo é fruto da comunicação de anos e anos que competiu, em audiências, com folhetins, telenovelas, e telejornais. Foi o Marcelo político “não político” em que os eleitores se reviram.
Os resultados eleitorais alcançados por Marcelo, após a sua “não campanha” – sem jantares, nem cartazes, nem listas de apoiantes-estrelas – , veio-nos dizer que os portugueses em geral, e os açorianos em particular, não se interessam pela política nem pelos políticos; que não seguem as orientações dos políticos supostamente influentes (veja-se em que deram os apelos de César e de Cordeiro); e que, tal como em eleições autárquicas, votam muito mais com o coração do que com a razão.
E agora em Belém?