1. Participei no passado fim-de-semana no XXI Congresso do PSD/Açores, realizado na Ribeira Grande. Foi um congresso vivo que contou com muitas intervenções e com muita juventude. A renovação encetada por Duarte Freitas no partido esteve ali presente e atuante. Além disso foi um congresso com muito conteúdo. Com moções e propostas temáticas e com a apresentação do excelente e profundo trabalho realizado pelo Conselho de Independentes.
Recorde-se que a criação deste foi uma iniciativa do líder do PSD/A após o vigésimo congresso e que durante estes dois anos envolveu mais de 100 pessoas da sociedade civil, sem filiação partidária, que analisaram e, sobretudo, apontaram caminhos e soluções para os sérios problemas que afetam os Açores.
O PSD/Açores está a fazer o seu trabalho de casa. Duarte Freitas e o PSD/Açores demonstraram neste congresso que estão a trabalhar para construírem uma sólida e verdadeira alternativa ao atual modelo de governação socialista. E isso é bom e salutar para os Açores, para a Autonomia e para a Democracia.
E isso é bom, desde logo, porque os Açores precisam dessa alternativa. Os Açores precisam com urgência de um sustentável projeto de mudança que traga esperança ao nosso Povo e novas soluções para os problemas profundos que esta governação socialista de quase 20 anos criou ou acentuou.
Esse projeto de mudança deve ter, e resumo desta forma forma o que concluí deste conclave, três grandes eixos prioritários: um novo modelo de sociedade, uma reforma profunda do nosso sistema político e um novo modelo de desenvolvimento social e económico dos Açores.
2. Na minha opinião uma das consequências mais nefastas da governação do PS de quase 20 anos foi a criação de um verdadeiro “polvo” que controla e asfixia a sociedade açoriana. O PS com a sua forma de atuar partidariza, amordaça, condiciona e alimenta dependências. O PS quer mandar em tudo e em todos e quem não entra no jogo é ameaçado e muitas vezes perseguido.
É, por isso, urgentíssimo um novo modelo que liberte e despartidarize a nossa sociedade e respeite as pessoas e as instituições. Esta tem de ser seguramente uma das prioridades de um verdadeiro projeto de mudança nos Açores: libertar a nossa sociedade. Uma sociedade livre e com iniciativa é o maior trunfo para essa mudança.
3. Outra prioridade tem de ser a reforma profunda do nosso sistema político procurando reduzir significativamente o número de cargos políticos, melhorar o funcionamento dos órgãos de poder, dotar a governação de mais transparência e promover a credibilização e a aproximação da política e dos políticos às pessoas. Neste domínio as coisas como estão também não podem continuar sob pena de se colocar o próprio regime autonómico em causa.
Realço aqui a tarefa imprescindível de restabelecer o papel central e digno que a nossa Assembleia Legislativa deve ter no nosso sistema político. Esta governação socialista e o PS, todos os dias, tudo fazem para diminuir o Primeiro Órgão de Governo Próprio da Região. Desrespeitam-no e inclusivamente desrespeitam e ignoram a Presidente que lá colocaram. Tudo subjugam aos seus interesses partidários de que o bloqueamento da Comissão de Inquérito aos transportes marítimos é o mais recente exemplo. Uma comissão apresentada pelo PSD com caráter potestativo e que o PS não quer que funcione (o que quererão esconder?!).
4. Finalmente o terceiro eixo prioritário de um verdadeiro projeto de mudança a ser protagonizado pelo PSD/Açores: um novo modelo de desenvolvimento social e económico. Não tenho dúvidas que os principais problemas com que hoje nos defrontamos têm origem num modelo de desenvolvimento desadequado para a nossa realidade.
Hoje existem parcelas dos Açores a ficarem para trás e essa falta de coesão é o sinal mais evidente da desadequação deste modelo. Precisamos efetivamente de um modelo que promova o desenvolvimento equilibrado e integral dos Açores e de cada uma das suas ilhas. Um modelo que potencie a nossa diversidade e que ela sirva para unir e não para colocar ilhas contra ilhas como atualmente acontece.
Uma prioridade desse modelo tem de ser o combate à pobreza dotando as pessoas de ferramentas para se libertarem dessa condição. E isso faz toda a diferença em relação ao modelo vigente que tudo faz para perpetuar essas situações. O atual poder nos Açores alimenta a pobreza porque se alimenta politicamente dela.
5. As eleições regionais do próximo ano serão decisivas para os Açores. Os Açorianos serão confrontados entre continuar com uma governação cansada, sem soluções e que é responsável pela maior crise económica e social da Autonomia ou em optar por um projeto de mudança que este congresso do PSD/A começou a revelar.
Vinte anos é de facto muito tempo!