O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República Paulo Moniz reclamou esta quarta-feira “um melhor serviço postal dos CTT–Correios de Portugal para os Açores”, porque “ser Açoriano em qualquer ilha não pode ser motivo de privação de qualidade de serviço postal”.
O social-democrata falava após uma audição, que solicitou, do Conselho de Administração dos CTT–Correios de Portugal, S.A., na Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, onde se aferiu a qualidade do serviço postal no arquipélago, “que tem estado abaixo dos indicadores ideais e sobre o qual as queixas não cessam”, adiantou.
O grupo parlamentar social-democrata ouviu os responsáveis pela empresa e, no que toca aos atrasos em encomendas, “há demoras superiores a 30 dias nos Açores, números estes que ficam ‘diluídos’ entre os indicadores agregados para todo o país, só emergindo por reclamações ou reportes mediáticos”, lembrou Paulo Moniz.
“Esta reclamação é por um serviço universal que não pode por lei excluir os Açores e os Açorianos. Estamos preparados para os atrasos por razões meteorológicas, mas quando esses constrangimentos não existem, os contínuos atrasos não podem ser a regra mas sim a exceção, e os CTT devem arranjar soluções alternativas estruturais de distribuição”, afirmou.
“O que as gentes dos Açores sentem em relação aos CTT é que estão por sua conta”, relevou o deputado, sublinhado que no tocante ao cumprimento de metas e objetivos por parte da empresa, “os Açores não têm nenhum indicador positivo, o que é estruturalmente preocupante”
“Continua a não haver informação pública desagregada por ilhas, existindo valores muito abaixo das metas fixadas, que contrariam a obrigação de prestação de serviço dentro dos parâmetros de serviço universal postal público concessionado aos CTT”, frisou Paulo Moniz.
“Face aos indicadores do fluxo CAM (Continente–Açores–Madeira), há mesmo uma possível violação do Serviço Universal, que também acontece devido a essa falta de transparência indicativa territorial, que impede escrutinar ilha a ilha e corrigir falhas específicas”, considerou o parlamentar açoriano.
Segundo Paulo Moniz, “não podemos ter um serviço abaixo do padrão nacional por falhas na concepção logística, no planeamento de capacidade aérea e marítima ou por falta de contingência. É preciso ter em conta os direitos dos utilizadores e a confiança económica”, defendeu.
“Há atrasos crónicos que prejudicam famílias, empresas e cadeias de abastecimento, e isto torna-se num problema de coesão social e territorial”, sublinhou.
“A publicação destes indicadores é da responsabilidade da ANACOM, e o Grupo Parlamentar do PSD deu hoje entrada de um requerimento a solicitar a sua audição”, anunciou Paulo Moniz, insistindo que “é preciso dar voz a várias queixas e reclamações, nas várias ilhas, nomeadamente o atraso crescente na chegada de encomendas”.

