O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral viu, hoje, aprovada, na Comissão das Pescas do Parlamento Europeu, a sua proposta de Projeto Piloto para a instalação nos Açores do Observatório Europeu do Mar profundo. “Este era um dos meus compromissos eleitorais. Só podemos proteger aquilo que conhecemos e o Observatório Europeu do Mar Profundo (EDSO), estou certo, promoverá a cooperação entre a UE em matéria de investigação, conhecimento científico, tecnologias de monitorização inovadoras e informará os decisores políticos para a sua gestão sustentável. Desde a primeira hora que definimos os Açores como a localização ideal, pois situados no Oceano Atlântico, ligando a Europa à América e a África, são um laboratório natural com ambientes marinhos profundos inigualáveis, como fontes hidrotermais e montes submarinos, e agora com Áreas Marinhas Protegidas”.
A gestão e conservação eficazes dos ecossistemas de águas profundas são frequentemente impedidas pela falta de dados suficientes sobre a composição da biodiversidade, a distribuição, o funcionamento do ecossistema e o estado ecológico. Embora haja um reconhecimento internacional da necessidade urgente de aumentar a compreensão e a protecção global dos habitats de águas profundas — como é salientado em iniciativas como a Estratégia de Biodiversidade da UE 2030, a Política Comum de Pescas da UE e o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal — os elevados custos da investigação em águas profundas e o acesso desigual à tecnologia dificultam o progresso no sentido de atingir as metas de conservação estabelecidas dentro das vastas e mal investigadas águas profundas.
Assim, e para o Eurodeputado, a criação do Observatório Europeu do Mar Profundo (OEMP/EDSO) é fundamental para avançar na compreensão dos ambientes marinhos, promover uma economia azul sustentável e gerir os recursos oceânicos de forma eficaz. O EDSO tem como objetivo aumentar o conhecimento e garantir a proteção e a utilização sustentável dos recursos do fundo do mar para as gerações futuras”.
Dado que os ecossistemas de águas profundas enfrentam ameaças significativas devido às alterações climáticas, à poluição, à pesca excessiva e à mineração em águas profundas, o EDSO irá promover a cooperação entre os Estados europeus na investigação e tecnologia em águas profundas. O seu objetivo será facilitar a exploração científica, desenvolver tecnologias de monitorização inovadoras e informar políticas para a gestão sustentável dos recursos.
“Tenho defendido que a UE tem de ter uma nova estratégia para o Atlântico, porque é o Atlântico que nos permite conhecer o mar profundo, conhecer o Espaço e ter relações com os nossos territórios vizinhos como o Canadá, EUA, mas também África, Reino Unido e América do Sul. A notável diversidade geológica dos Acores — abrangendo a Dorsal Médio-Atlântica, montes submarinos, planícies abissais, fontes hidrotermais, zonas de fratura e encostas de ilhas — cria um vibrante laboratório natural para uma exploração científica inovadora. Além disso, os Açores serão equipados com um novo navio de investigação de vanguarda e o “Tecnopolo MarTec”, um cluster especializado dedicado ao avanço das ciências do mar profundo, melhorando significativamente as capacidades de investigação da região”, afirmou o Eurodeputado.
Paulo do Nascimento Cabral manifestou-se muito satisfeito por ver o seu Projeto Piloto para estabelecer o Observatório Europeu do Mar Profundo aprovado hoje com “um orçamento inicial de 2 milhões de euros que será alocado ao desenvolvimento de infraestruturas vitais, à aquisição de equipamento de investigação necessário, e ao recrutamento de pessoal especializado. Além disso, apoiará iniciativas de networking destinadas a promover a colaboração com instituições de investigação internacionais, empresas, partes interessadas e decisores políticos. Garantir este investimento inicial é essencial para estabelecer as bases do EDSO, posicionando-o para conduzir investigação inovadora, envolver-se em esforços colaborativos significativos, e contribuir para a gestão sustentável dos ecossistemas de águas profundas desde o início”.
“Esta é mais uma promessa eleitoral do PSD e do PSD/Açores em vias de ser cumprida, esperando que a Comissão faça agora o seu papel. Nestes tempos de extremismos e radicalismos, em que se coloca tudo em causa, é fundamental cumprirmos e sermos consequentes com o que prometemos em campanha eleitoral. E é nisto que estou focado.”, concluiu.