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O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral afirmou no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que “a saúde mental tem um custo financeiro, mas sobretudo pessoal e social”, esclarecendo que vários estudos “indicam taxas mais altas de suicídio entre agricultores e trabalhadores agrícolas, em comparação com outras profissões, concluindo que cerca de 20% dos agricultores tiveram já pensamentos suicidas”.

Durante o debate na Sessão Plenária de Estrasburgo sobre os “Desafios enfrentados pelos agricultores e trabalhadores agrícolas da UE: melhoria das condições de trabalho, incluindo a sua saúde mental”, o Eurodeputado do PSD sublinhou que, entre os fatores de risco para os agricultores, destacam-se “as longas horas de trabalho durante todos os 365 dias do ano, a incerteza financeira com alterações aos rendimentos e subsídios, pressões regulamentares, relações sociais disfuncionais, alterações climáticas, o preconceito e o estigma dos agricultores associados à crença pública de que as práticas agrícolas são prejudiciais para os animais e para o ambiente, o bullying aos filhos nas escolas, e acesso a meios letais”.

Paulo do Nascimento Cabral destacou ainda a elevada perigosidade do trabalho agrícola, lembrando que o setor está “entre aqueles com mais acidentes mortais em 2021. Stress, fadiga, depressão, burn-out e ansiedade são os problemas mais apresentados”.

No seu discurso, o Deputado ao Parlamento Europeu apelou à implementação de medidas concretas no âmbito da futura Política Agrícola Comum (PAC), referindo que “a condicionalidade social introduzida na atual PAC reforça a proteção junto dos trabalhadores agrícolas. Mas temos de fazer muito mais. Num setor que atravessa uma profunda transformação, temos de facilitar o acesso aos cuidados de saúde mental, e apostar na estabilização e previsibilidade regulatória e dos rendimentos dos agricultores, reduzindo os riscos psicossociais da atividade”.

O Eurodeputado Açoriano aproveitou a ocasião para fazer um apelo aos europeus, destacando um “ponto que considero fundamental: o reconhecimento público europeu do valor da agricultura e dos agricultores. Esta é também uma responsabilidade de todos nós, e temos de fazer as pazes com os agricultores europeus”.

Ao concluir a sua intervenção, Paulo do Nascimento Cabral lançou o “repto para que a nova PAC volte a financiar a reforma antecipada dos nossos agricultores e trabalhadores agrícolas, e promova verdadeiramente a renovação geracional, tendo em conta o desgaste rápido e acentuado da profissão”.