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O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral alertou para a necessidade de serem adotadas ações concretas para promover a inclusão de pessoas com deficiência no setor agrícola durante uma troca de opiniões sobre a temática que decorreu na reunião da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu.

“É muito meritório todas as ações que possamos empreender para dotar esta população, estas pessoas com menos capacidades, de ferramentas que garantam a sua inserção no mercado de trabalho e na sociedade. É fundamental que estas pessoas possam produzir, contribuir e viver de forma ativa”, afirmou o Eurodeputado na Semana dos Direitos das Pessoas com Deficiência no Parlamento Europeu.

Ao longo do seu discurso, Paulo do Nascimento Cabral trouxe à tona uma realidade dramática que afeta inúmeras famílias: “Permita-me abrir um parêntesis para falar do drama que assistimos em muitas famílias, cujos pais estão a envelhecer e não sabem o que será dos filhos quando falecerem ou não puderem estar presentes. Por isso, todas as iniciativas que possamos desenvolver para garantir competências e ferramentas que permitam a estas pessoas sobreviver num futuro sem este suporte familiar são fundamentais”.

O Eurodeputado do PSD sublinhou ainda o papel essencial das entidades públicas na criação de condições para a integração destas pessoas. “Sabemos que o mercado, por si só, não irá remunerar este tipo de atividade. Será muito difícil alcançar uma autossuficiência financeira que permita a continuidade destes trabalhos. Por isso, é imprescindível que as autoridades públicas – desde os municípios até às autoridades regionais e ao próprio Estado-Membro – assumam esta responsabilidade acrescida”, afirmou, destacando o exemplo inovador dos Açores, onde foi criada a Estratégia Regional para a Inclusão de Pessoas com Deficiência.

O Deputado ao Parlamento Europeu terminou a sua intervenção questionando, no seguimento da apresentação de um projeto de uma entidade na área agrícola que apenas abrange pessoas portadoras de deficiência, sobre qual seria a melhor forma de se alcançar uma sociedade mais inclusiva, que respeite e valorize as capacidades de todos os seus cidadãos: “o melhor modelo será através da criação de empresas somente constituídas por este tipo de população ou deveríamos dispersar estas pessoas por outras empresas em que estariam em contacto com outros profissionais?”.