A deputada do PSD/Açores Salomé Matos condenou hoje o “ato de cobardia política” do PS por levar a discussão no Parlamento um “assunto já resolvido”, usando uma figura regimental que impede o Governo Regional de intervir.
A dirigente da bancada parlamentar social-democrata interveio na apresentação de um voto de protesto do PS sobre as diárias aos doentes deslocados do Serviço Regional de Saúde, cujo pagamento “já se encontra resolvido”.
“O PS recorre de uma figura regimental quando sabe que o Governo não pode intervir, dirigindo-lhe diretamente o seu protesto, sabendo que não pode exercer o contraditório”, lamentou.
“Se estivesse efetivamente preocupado com uma matéria de interesse, teria promovido um debate, em vez de optar pela tentativa de ludibriar os açorianos”, observou, acrescentando que “lhe falta autoridade e moral, quando no passado ocorriam situações do género – e não eram raras – superiores a seis meses”.
“E as respostas dos governos socialistas aos requerimentos da oposição não eram feitas em 30 dias, como acontece com o Governo da Coligação, mas de cinco meses”, atirou.
“E quando [a governação socialista] respondia, negava a ocorrência ou admitia a muito custo, colocando a responsabilidade nos açorianos, que supostamente não entregavam a documentação necessária” para se proceder ao respetivo pagamento, lembrou a parlamentar social-democrata.
“Surpreende-nos ainda mais o facto de o voto de protesto vir de quem deixou uma dívida de 800 milhões de euros no Serviço Regional de Saúde”, acusou Salomé Matos.
“O Governo da Coligação PSD/CDS/PPM fez muito mais na área Social e da Educação do que o PS alguma vez sequer sonhou em 24 anos”, frisou.
“O atual Governo dos Açores aumentou o número de beneficiários, o montante das diárias e o valor do complemento ao doente oncológico, estendendo o apoio às grávidas e doentes transplantados por via de medidas inscritas no Orçamento”, elencou.
Salomé Matos lembrou, a propósito, que o PS votou contra o Orçamento da Região para 2024, “atrasando assim o processo dos pagamentos e atualização das compensações”.
Ao contrário do que fazia o PS, prosseguiu a deputada do PSD/Açores, “a tutela admitiu a situação e tomou diligências para resolver, foi clara ao assumir o problema quando se verificaram atrasos associados à assinatura de contratos de investimentos pela Direção Regional de Saúde com as instituições”.
Acima de tudo, interessa “que as instituições, diante dos constrangimentos, priorizaram o pagamento às pessoas com maior vulnerabilidade social, pelo que ninguém ficou sem receber tratamento por atraso dos apoios”.
Para a parlamentar social-democrata, “este voto do PS é de um oportunismo político óbvio, logo no dia em que o assunto está regularizado e já é público que as pessoas estão a receber o valor em falta”.
“Portanto, o ‘timing’ é péssimo e a forma como o fizeram é inqualificável, numa tentativa de ficar com os louros de algo que já se encontra resolvido”, concluiu.