A Comissão Política Concelhia do PSD/Lagoa lamentou hoje “o avultado valor gasto pela Câmara Municipal em projetos para a Baía de Santa Cruz”, considerando que “o projeto agora divulgado representa mais propaganda, numa requalificação sem fim à vista, plena de apresentações públicas de outros projetos e várias centenas de milhares de euros depois”.
Os social-democratas acusam a gestão socialista da autarquia de “ignorar a realidade e de lançar projetos para uma Lagoa às fatias”, sendo que a Baía de Santa Cruz “é a campeã desta propaganda que, muitos anos depois, e muitas centenas de milhares de euros depois, mereceu mais uma apresentação pública de um projeto com, pelo menos, três fases”.
Um plano que se quer global – não só para todo o concelho, mas também para todas as suas atividades e serviços – e, ao mesmo tempo, capaz de se concretizar a partir da realidade já existente.
“O atual executivo camarário deve explicar a diferença deste projeto em relação ao que a senhora presidente apresentou em 2017, em plena campanha eleitoral, ou mesmo ao projeto apresentado ainda pelo seu antecessor”, esclarecendo “se esse projeto não foi realizado devido à Covid-19 ou porque o não estava de acordo com o Plano Diretor Municipal”.
Para o PSD/Lagoa, “a Câmara Municipal deve prestar contas à população sobre os projetos anteriores e garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente e transparente”, até porque “exigiu ao Governo Regional dos Açores a construção de um pontão, mesmo sem conhecer qualquer estudo de viabilidade ambiental, económica e social, mostrando que os erros do passado não serviram de lição”, afirmam.
Os social-democratas lembram que houve um edil socialista que, no passado, “sonhou com uma zona ribeirinha integralmente renovada, uma vontade esbarrou de frente com a falta de recursos ou de vontade do então também executivo regional socialista”.
“Houve então apenas o discernimento de que uma reabilitação daquela natureza exigia uma articulação estreita com o Governo Regional mas, no presente, nem sequer isso. Temos assim mais um anúncio desta Lagoa às fatias, ignorando a exigência de um pensamento estratégico para todo o concelho em que os vários elementos urbanísticos e as suas acessibilidades estejam em perfeita simbiose”, avançam.
O PSD local espera que, “no final de tal ação de propaganda, não haja a tentação, por parte da senhora presidente, de colocar o ónus desta trapalhada em outras entidades que não a própria câmara a que preside ou no governo do seu partido, que nas últimas eleições tanto trabalhou para que voltasse ao poder”.
Para o PSD/Lagoa, “mais de três décadas após o PS alcançar o poder autárquico no concelho, em 1989, os lagoenses já perceberam que o projeto socialista está esgotado, deixando muitas freguesias ou lugares ficaram para trás, resumindo-se quase exclusivamente à requalificação urbanística do Tecnoparque”.
“Acontece que a Lagoa e os lagoenses não vivem exclusivamente do Tecnoparque, e de tudo o que lá é construído, em terrenos oferecidos a preço de saldo”, faltando, “o que o PSD Lagoa apresenta e assume, que é uma postura responsável de consciencialização dos munícipes para a urgência de um novo plano de desenvolvimento para futuro do concelho”, concluem.