Bolieiro apela ao voto na AD para afirmar os Açores e mudar governação de Portugal

Ponta Delgada, 25 Fevereiro 2024 ©Hugo Moreira

O presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, apelou domingo ao voto na Aliança Democrática (AD) para afirmar a Região e mudar a governação de Portugal, lembrando que os socialistas “não podem merecer a confiança” dos açorianos.

“É incapaz o governo [socialista] de Portugal, que não tem esta compreensão e visão, razão pela qual quero deixar a esta lista candidata este encargo: afirmar os Açores, neste plano, é garantir mais importância a Portugal”, salientou, na apresentação da lista de candidatos da AD pelos Açores às eleições legislativas nacionais de 10 de março.

Afirmar os Açores é algo que, considerou, “os socialistas nunca souberam fazer, por isso não têm currículo para pôr nas mãos deles a confiança desta afirmação”, apelando à votação massiva na AD, a Coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM.

O presidente do PSD/Açores criticou os socialistas pela inércia face às oportunidades para cumprir com a Região, que, “por incompetência ou por vingança, negaram o que importava fazer, merecendo ser escorraçados da governação de Portugal, porque não serviram os Açores”.

José Manuel Bolieiro imputou responsabilidades ao candidato socialista Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, por falhar a resolução do processo de substituição do cabo submarino de fibra ótica entre os Açores e continente, “que estava a chegar ao fim de vida útil e nada se fez em tempo útil”.

“[Pedro Nuno Santos] não tem currículo, tem cadastro. Cadastro de incapacidade de agir”, apontou.

Uma situação, aliás, que se repetiu com o compromisso da solidariedade do Estado para com a Região, ao assumir comparticipar até 85% a recuperação dos prejuízos do furacão Lorenzo, seguido de uma depressão que destruiu infraestruturas portuárias, entre outras.

“Não pagou como devia as verbas, não tem currículo de fazer. Tem cadastro de omissão e incapacidade, não pode merecer a nossa confiança”, reforçou.

A história viria repetir-se uma vez mais com as Obrigações de Serviço Público de transporte aéreo entre o Continente e as ilhas do Faial, Pico e Santa Maria, “cuja acessibilidade é a única que nos permite estar em continuidade territorial”.

“Foi esse ex-ministro que agora quer ser primeiro-ministro que não resolveu a tempo e a horas nenhum dos compromissos. Não merece a nossa confiança”, salvaguardou.

Por último, entende como a “mais vergonhosa” situação de incumprimento do Estado a vivida no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, cujo processo se arrasta há mais de uma década.

Por fim, salientou que conta com o apoio da lista encabeçada por Paulo Moniz “para fazer vencer este projeto político” que coliga o PSD, CDS-PP e PPM, com vista “fazer o bem que podemos desempenhar na democracia e para o país”.

“Nós estamos aqui porque o Partido Socialista é incapaz de governar o país. Tem mais vocação para se governar do Estado, do que para governar o país inteiro”, acusou.

José Manuel Bolieiro delegou nos candidatos da AD o encargo de defender os Açores, tomando a iniciativa nas suas mãos, garantindo que “uma medida nacional não seja uma medida continental”.

O líder social-democrata açoriano destacou ainda a dimensão que a Região confere a Portugal, sublinhando que, “em matéria de Mar e de Espaço, os Açores estão primeiro e valem muito mais do que o país reduzido ao continente”.

“Hoje numa época global, europeia e nacional, de transições, quem não tiver visão estratégica num governo de um país e de influência na União Europeia que olhe a economia azul e o ecossistema espacial está a olhar para trás, não tem o futuro na dimensão que podemos ter”, afirmou.

Nesse sentido, o presidente do PSD/Açores e líder da Coligação PSD/CDS/PPM na Região tem a convicção “de que é mais o país que precisa dos Açores do que os Açores precisam do país”, sendo de que é neste contexto político que importa afirmar a candidatura que vem “dar esperança ao futuro de Portugal”.

Dirigindo-se aos portugueses, José Manuel Bolieiro diz “que contem com os Açores e valorizem os Açores para engrandecer Portugal”.

“O principal encargo desta candidatura será afirmar os Açores, defender os Açores, servir os Açores. Assim, estará a afirmar e a cumprir Portugal. É nesse quadro que quero deixar expresso o meu orgulho”, disse.

O líder social-democrata declarou ter “orgulho de poder olhar em frente com maior ambição do que o orgulho em relação à nossa História. A nossa História é a nossa identidade para projetarmos um futuro de maior dimensão neste quadro global de transições”.

José Manuel Bolieiro destacou a transição climática, energética e digital, assim como o valor da geografia que os Açores representam numa visão ambiciosa do que é a economia azul e a economia espacial.