Skip to main content

O líder parlamentar do PSD/Açores, João Bruto da Costa, considerou hoje “lamentável” que o PS “ameace a democracia nos Açores”, como aconteceu esta manhã, “na sequência de um debate de urgência sobre os incumprimentos das responsabilidades da República para com a região”.

Segundo o social-democrata, “temos de lamentar quando um deputado do PS ameaça o Parlamento com uma espécie de aviso a dizer: Não se portem bem, vejam com quem andam, e depois não se queixem e atirem para o Governo da República a responsabilidade das más relações com os Açores”, adiantou, sobre uma intervenção do socialista José San-Bento.

“O PS/Açores mostrou bem aquele que tem sido o seu comportamento na oposição, mostrou bem o seu padrão de comportamento, e só podemos dizer que é lamentável que o PS ameace a democracia na Região”, frisou Bruto da Costa.

“Cabe-nos, na atividade política, dar sempre nota daquelas situações que consideramos, na defesa dos Açores e dos açorianos, menos justas. E hoje, num lamentável momento parlamentar, pudemos aferir bem onde cada um se situa nessa defesa”, sublinhou.

O deputado do PSD/Açores referiu que “as certezas absolutas do PS revelam o seu incómodo pela mudança politica ocorrida na região, em 2020, o que é corroborado pela República, que está, nitidamente, a fazer um garrote financeiro aos Açores”.

“Não se trata de uma teoria da conspiração e, sejamos justos, temos razões de queixa e reivindicações a fazer de todos os governos do país”, mas “desde o início desta legislatura que estamos a alertar para uma realidade preocupante”, disse Bruto da Costa, elencando “tantas e tantas falhas nos deveres do Governo da República, desde o Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, aos Cabos Submarinos, aos Radares Meteorológicos, ao Aeroporto da Horta, às Obrigações de Serviço Público, e claro ao Furacão Lorenzo, entre outras”.

“Há uma anormalidade substancial e substantiva no relacionamento da República com os Açores, que impede o decurso normal da atividade governativa, porquanto está o executivo regional a ter um prejuízo enorme a pagar algo que é devido pela solidariedade nacional”, disse.

“O PS/Açores tem obrigação de contribuir fortemente para a defesa das reivindicações dos açorianos, e não está a fazê-lo”, disse também o líder da bancada social-democrata.

“Isso deve-se ao facto de haver uma maioria diferente neste Parlamento [dos Açores] desde 2020. É esse o verdadeiro problema, e a República não tem escondido o rancor que sente face a essa nova realidade”, acrescentou João Bruto da Costa.

“Se não, como podemos explicar esta espécie de aviso, ou mesmo de ameaça, aos partidos que formam o Governo Açoriano e o novo xadrez deste Parlamento?” questionou.

“Até parece que baixar os impostos nos Açores não é confortável politicamente para a República. Como não o será termos resolvido a vida dos professores, e muito menos termos conseguido um acordo com o IL e o Chega”, relatou o social-democrata.

“Pode continuar a haver essa tentativa de exclusão dos Açores, devido à nossa nova realidade política. Mas a democracia e os açorianos assim o disseram, e cá estaremos para cumprir as metas a que nos propusemos, por muito que esse sucesso incomode o PS/Açores, levando-o a momentos tristes como o que assistimos hoje”, concluiu Bruto da Costa.