Cabos submarinos. Paulo Moniz apela à soberania europeia para substituição de ligações obsoletas

O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República, Paulo Moniz, apelou às instâncias europeias a intervenção na manutenção de infraestruturas digitais obsoletas de impacto vital, “como por exemplo os cabos submarinos que ligam o Continente aos Açores e para a qual a República tem mostrado indisponibilidade”.

O social-democrata falava num encontro do Grupo de Trabalho para a Transição Digital do Parlamento, onde frisou que em causa está “uma ligação completamente obsoleta e em fim de vida útil, sobre a qual o Estado Português, tendo os estudos completos, e há mais de dois anos, mostra total inoperância na sua substituição atempada”, alertou.

“É um caso emblemático, o dos cabos submarinos que ligam o continente português aos arquipélagos dos Açores e da Madeira”, considera Paulo Moniz, “não falamos apenas na perspetiva de evitar uma rotura e isolamento das nossas regiões, mas porque a atual situação tem impedido a criação de condições comerciais competitivas e com impacto na economia”, disse.

Segundo o social-democrata, a Europa deve fazer “um mapeamento, deve mesmo constituir um acervo, de todos os cabos submarinos e terrestres de grande transporte, pois são infraestruturas tão ou mais essenciais que as infraestruturas tradicionais, do ponto de vista da segurança europeia, e mesmo da presença europeia no mundo”, assegurou.

“Este é um apelo que devemos fazer à União Europeia e às instâncias europeias, para que chamem a si a capacidade de zelar pelas infraestruturas digitais de impacto vital, fomentando a sua boa operacionalidade, a sua atualização, a sua capacidade de redundância, para que ninguém fique isolado e para que a Europa não perca capacidade de afirmação, de soberania e de interligação”, reforçou o social-democrata.

Paulo Moniz sublinhou que os cabos submarinos de grande transporte de informação de dados no digital estão hoje, para o mundo e para a economia global, “como estiveram no passado as grandes autoestradas ou as grandes rotas”

“A Europa deve ir mais além do que deixar a cada país a capacidade própria da implementação de cabos submarinos que sejam estratégicos, isto é que sejam os únicos no serviço às populações, em particular as que se encontrem em regiões ultraperiféricas, isoladas, como os Açores, onde naturalmente o estímulo comercial é menor, assim como a propensão para várias autoestradas”, concluiu.