Ataque informático. HDES identificou em 2017 falta de dispositivo de segurança da rede

A deputada do PSD/Açores Ana Quental considerou “surpreendente” que a falta de um dispositivo de segurança da rede (‘firewall’) do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) estivesse identificada desde 2017, “nada tendo sido feito” para resolver o problema.

“É surpreendente que as duas anteriores administrações do HDES tivessem conhecimento do problema e nunca tenham, entre 2016 e 2021, tomado qualquer diligência para resolvê-lo. É igualmente surpreendente que o ex-diretor de informática do HDES não dê a devida relevância à falta de uma ‘firewall’ na rede. Se este dispositivo de segurança existisse, o ataque informático ocorrido em junho deste ano poderia ter sido evitado”, afirmou.

A parlamentar, que falava após a audição do ex-diretor de informática do HDES na Comissão de Assuntos Sociais, salientou que a instalação de uma ‘firewall’ na rede informática da unidade hospitalar “é de primordial importância”.

“O ex-diretor de informática do HDES, que estava em funções desde 2013, disse que só em 2017 comunicou à administração que era necessária uma ‘firewall’ na rede. Causa-nos alguma apreensão a forma como as questões da segurança informática foram tratadas nos últimos oito anos no HDES”, frisou.

Segundo Ana Quental, “os problemas com a segurança informática e proteção de dados pessoais foram, aliás, uma constante no mandato do anterior governo”.

“Em março de 2017, foi tornado público que os dados pessoais de 230 mil utentes do Serviço Regional de Saúde foram publicamente expostos na Internet. Era assim, de forma absolutamente negligente, que o anterior governo e os gestores públicos lidavam com as questões relacionadas com a segurança informática”, referiu.

A deputada do PSD/Açores acrescentou que, “ao contrário do que foi afirmado publicamente, o ex-diretor de informática acabou por reconhecer em comissão que não houve qualquer violação do contrato de comissão de serviço que tinha com o HDES”.