Os vereadores do PSD na Praia da Vitória consideram que o plano e orçamento do município apresentado para 2021 “é uma réplica de orçamentos anteriores, com projetos que, ano após ano, veem a sua conclusão adiada”, pelo que se abstiveram na votação do documento.
A vereadora Cláudia Martins admite que este “é o maior orçamento do atual mandato, 25 milhões de euros, mas não traz qualquer novidade de maior, como seria de esperar. Para além de mais apoios e isenção de taxas, nenhum investimento estruturante foi feito no concelho e também não se prevê no documento que algum seja concluído até ao fim do mandato. Vêm constantemente, ano após ano, inscritos os mesmos projetos”, referiu.
“O executivo arvora contas certas, mas a verdade é que, à vista de qualquer praiense, temos vivido este mandato no domínio do imaginário no que diz respeito a obras estruturantes e as que estão previstas veem neste documento a sua conclusão adiada. As grandes opções do plano são novamente a intervenção no edifício da Câmara, o projeto do eixo pedonal e da ciclovia, a intervenção na muralha, o parque empresarial…muitas há mais de 3 anos inscritas no orçamento”, adiantou a autarca praiense.
Cláudia Martins lamenta que “o trabalho das Juntas de Freguesia do concelho continua a não ser reconhecido pelo executivo socialista, tendo em consideração que os apoios e as transferências previstas para a delegação de competências continuam parcos e só nos podem envergonhar quando comparados com os valores recebidos pelas freguesias do município vizinho. E mais, quando comparados com os avultados e injustificáveis 175 mil euros para a Praia Ambiente limpar o centro urbano da cidade”.
Dá-se a conhecimento que o valor inscrito no orçamento para 2021 para a delegação de competências da Câmara Municipal no total das freguesias do Concelho é de 74.716 euros, “ao qual voltamos a fazer uma proposta de alteração à altura do trabalho desenvolvido pelas autarquias de freguesia, que foi chumbada mais uma vez pela orientação do senhor presidente”, afirmou a vereadora social democrata.
Cláudia Martins e Tiago Borges (vereador em regime de substituição) alertam ainda para os projetos anunciados para o setor do turismo, nomeadamente o projeto “Do mar fez-se terra”, que “continuam pendurados pelos fundos comunitários”, num momento que é crucial começar a preparar o setor para o período pós-pandemia.
Por outro lado, Cláudia Martins afirmou com firme convicção que, “o orçamento e a ação desta câmara tem alguns pontos positivos, que também dão razão ao que tem sido defendido ao longo do mandato pelos vereadores do PSD, como é o caso da muito necessitada intervenção na rede viária do concelho, o aumento de verbas para as escolas do primeiro ciclo a precisar de manutenção, a definição de critérios aos apoios, a bem da transparência e igualdade, atribuídos pela câmara…”, avança.
“Finalmente o executivo assume a integração de todo o ativo e passivo da Sociedade para o Desenvolvimento e da Praia em Movimento, assim como a restruturação financeira e internalização da Cooperativa Praia Cultural, acabando com a tal Câmara paralela, conforme sempre denunciámos e defendemos, e conforme recomendou o Tribunal de Contas em 2018. Justificando, assim, a nossa abstenção a este orçamento”, finaliza a vereadora praiense.