O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República, António Ventura, disse hoje que os indicadores sociais, após 24 anos de governação socialista no arquipélago, “são preocupantes”, tendo apelado “a uma mudança política nas eleições de outubro”.
Numa declaração em que falou sobre “o estado da região”, o social democrata apontou vários indicadores sociais, “que revelam um falhanço governativo do PS, depois de 24 anos no poder, 20 dos quais com maiorias absolutas”, avançou.
“Há 15 mil 337 beneficiários de RSI nos Açores. Isto é, mais de 6% da população recebe RSI, sendo o valor mais elevado de todas as regiões do país”, lembrou.
António Ventura recordou igualmente que, em 2019, “mais de 70% dos jovens açorianos tinham empregos precários e mal pagos. Quase metade desses jovens açorianos recebia menos de 500 euros por mês”.
A acrescer a isso, entre 2018 e 2019, “a taxa de risco de pobreza subiu de 31,5% para 31,8%, com a média nacional a baixar de 17,3% para 17,2%. Ou seja, mais 77 mil pessoas em risco de pobreza, o que corresponde a um terço da população dos Açores, que apresentam os mais elevados indicadores de pobreza do país”, frisou o deputado social democrata.
“Também a taxa de abandono escolar precoce foi de 27% na região, enquanto a média nacional estava nos 10,6%. No Continente está mal, muito mal, nos Açores está pior”, criticou.
Para António Ventura, “o governo do PS nos Açores não tem sabido combater a pobreza e não tem sabido fixar os jovens, limitando-se a ações governativas de reação, e não proactivas”.
O social democrata sublinhou também que um açoriano “pode esperar numa lista de espera cirúrgica uma média de 4 a 5 anos, existindo cerca de 12 mil utentes a quem isso acontece”, enquanto se assiste “a um dramático despovoamento e envelhecimento da população dos Açores”.
Segundo António Ventura, “o governo do PS nos Açores está morto, não governa e não quer saber”, mesmo se “não faltou dinheiro nem tempo ao PS.
Mas faltaram as estratégias corretas, as políticas e as pessoas certas para a concretização das ações”, afirmou.
“Que dizer destes infelizes indicadores da minha terra, onde a culpa não é da pandemia, já que são anteriores a esta?”, questionou, afirmando-se “envergonhado, e a culpa é do PS”, disse.
O parlamentar açoriano considera que as políticas do PS “têm criado pobres, convidado ao não trabalho, e adormecido a sociedade para impor a dependência de um governo cada vez maior, e que tenta assim perpetuar a sua presença no poder”.
O social democrata defendeu “o fim da omnipresença governativa e mais sociedade” nos Açores, região “onde o Governo tenta estar em tudo para controlar tudo e, mais grave, transforma em favor o que é um direito, vivendo-se um ambiente de asfixia”, alertou.
“Há um governo que semeia o medo para fazer depender as pessoas, e tem posturas que coloca ilhas contra ilhas e açorianos contra açorianos”, lamentou, sublinhando que, “face a isso, é notório um desenvolvimento desigual no arquipélago”.
Com a chegada dos novos fundos comunitários, o social democrata teme que “esse dinheiro, nas mãos dos mesmos protagonistas, que nos trouxeram até estes lamentáveis resultados, apenas vai garantir mais quatro anos perdidos”.
António Ventura concluiu frisando que “é urgente uma mudança política nos Açores, no próximo dia 25 de outubro”, sendo que “José Manuel Bolieiro é o único que pode dar uma resposta aos problemas dos açorianos e oferecer uma confiante esperança para que a Região tenha um futuro melhor”.