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O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República, António Ventura, associou esta terça feira a governação socialista aos elevados graus de abstenção que se registam no arquipélago.

Intervindo durante a discussão da proposta de alteração da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa, o social democrata referiu que “os Açores têm níveis de abstenção muito preocupantes. Níveis que devem envergonhar todos mas, principalmente, que devem envergonhar quem governa os Açores”.

Para o deputado açoriano, “o governo regional, da responsabilidade do PS, devia ser o primeiro a admitir a sua culpa na astronómica abstenção, mesmo se todos os que estão na política têm culpa, uns têm mais do que outros e quem governa assume a dianteira dessa culpa”, considerou.

Para o social democrata, “exige-se a responsabilidade dos resultados e, aqui, falha quem governa os Açores”, uma vez que estamos perante “um modelo de governação, que após 24 anos de permanência no poder, apresenta resultados negativos, como sejam os níveis de pobreza, o abandono escolar precoce, o despovoamento e o envelhecimento da população”.

“Estes resultados não são consequência da Covid-19, pois já existiam, nos Açores, antes desta pandemia”, afirmou.

Sobre a proposta em discussão, António Ventura disse que a mesma “não pretende ser a Lei Eleitoral final”, pois “há muito a fazer para se conseguir mais autonomia e aprofundar a democracia nos Açores”.

“Estamos a alterar a Lei Eleitoral, cientes de que uma maior participação dos açorianos no próximo ato eleitoral irá contribuir para alterar a triste realidade social e económica que se vive na Região, através de um novo modelo de governação”, defendeu.

Assim, “pretende o povo açoriano que se consagre o voto antecipado por mobilidade nas suas eleições. Ou seja, que qualquer açoriano possa votar, já no próximo ato eleitoral, quando deslocado da sua residência, como acontece nas eleições para a Assembleia da República e para o Parlamento Europeu”, explicou António Ventura.

“Isso irá permitir uma maior participação eleitoral, combatendo-se aquele que é o maior flagelo democrático nos Açores, a abstenção”, alertou o parlamentar.

António Ventura também referiu que uma futura Revisão Constitucional “deve incluir algumas pretensões dos açorianos”, lembrando, desde logo, “as dificuldades de relacionamento com o Governo da República e com o Representante da República que a dramática e infeliz pandemia que vivemos trouxe à luz do dia, e que não podem voltar a ocorrer”, concluiu.