A vice-presidente do PSD/Terceira, Mónica Seidi, acusou hoje o Governo Regional de fazer “tábua rasa” do que prometeu aos terceirenses “durante a atual legislatura”, afirmou.
Falando em conferência de imprensa, a social democrata lembrou que “já passaram três anos e meio, e o governo não cumpriu as suas promessas, muitas delas investimentos que seriam fulcrais para a tal retoma económica, que é agora a principal preocupação não só da nossa ilha, mas igualmente do contexto regional”, referiu.
Mónica Seidi reforçou que “o PSD não se cansará de dar voz ao que são as queixas dos terceirenses”, nomeadamente o facto de “os investimentos anunciados pela propaganda socialista levarem, em média, mais de uma década a concretizar-se na nossa terra”, disse.
“Não nos podemos esquecer que estamos a falar da segunda maior potência económica da região, e que merece ser tratada como tal”, frisou.
No setor da Saúde, Mónica Seidi sublinhou que “a promessa de 2016, da cobertura integral da população por Médico de Família, está por cumprir”, uma vez que, no concelho de Angra do Heroísmo, “há cerca de 10 mil utentes sem médico de família atribuído”, disse.
“São10 mil angrenses sem médico de família, face a uma promessa com mais de 4 anos, anunciada para 2016, adiada para 2018, e agora estamos em 2020 e ainda não foi possível cobrir toda a população da ilha”, lamentou.
Sobre a pandemia da Covid-19, Mónica Seidi defendeu as excelentes infraestruturas do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), “que foi hospital de referência, com enorme potencial, desde as instalações aos seus profissionais de saúde”, avançou.
“E isso só prova que aquela estrutura está também preparada para ter, entre outras valências, a Radioterapia. Até porque as instalações estão lá, os aparelhos também, e tudo custou milhões ao erário público. É um desafio que fazemos ao Governo Regional”, adiantou.
Também na Saúde, Mónica Seidi exigiu “a criação uma segunda equipa de Evacuações Médicas, sedeada no HSEIT. Não é um capricho do PSD, é antes uma necessidade face à realidade arquipelágica que quem vivemos, tratando-se de um serviço de excelência prestado a todos os açorianos, pelo que temos que assegurar em pleno o seu funcionamento”, disse.
“Há um silêncio comprometedor que prejudica a Ilha Terceira”, afirmou a social democrata, recordando que, “no processo, eternamente adiado, da instalação de GNL, já todos percebemos que este não será uma realidade. Só a própria Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas é que não admite isso”, referiu.
Inclusivamente, “aquela governante enviou uma carta em fevereiro de 2020 ao Ministro do Planeamento e Infraestruturas, a pedir esclarecimentos sobre o processo, e continua sem resposta”, adiantou a social democrata.
“Relativamente aos 77 milhões de euros que o Governo da República, no âmbito do PREIT, ia investir na Praia da Vitória, até agora nem um cêntimo foi investido, com a total conivência do Governo Regional”, criticou.
“Também inqualificável é a indefinição em torno do Cais de Cruzeiros, após ter sido aprovada por unanimidade, em 2018, uma proposta do PSD para que seja construído na Praia da Vitória, e que nunca teve uma única rúbrica inscrita nos orçamentos da Região”.
“Há um estudo feito, que aponta para quatro opções, mas até ao momento não aconteceu ainda a decisão política. Porquê?”, questionou.
Mónica Seidi diz ainda que “o Governo Regional não pode continuar com esta atitude de desmerecimento perante os terceirenses”, porque, num contexto regional, “estes investimentos seriam importantes na criação de emprego e na criação de riqueza”.
“Estamos cientes do atual momento que vivemos, e de que existem prioridades. Mas todos sabemos que a existência da Pandemia não pode ser desculpa para o não cumprimento de investimentos essenciais ao desenvolvimento da ilha, e essa é a realidade que perdura desde o inicio da legislatura”, concluiu.