Covid-19. Governo e PS não valorizam os profissionais que estiveram na linha da frente

A deputada social democrata Mónica Seidi acusou hoje a bancada socialista e o governo regional de “não valorizarem o trabalho dos profissionais que estiveram na linha da frente do combate à pandemia da Covid-19 nos Açores”.

E disse-o em plenário, durante a apreciação de uma iniciativa para atribuir um subsídio de risco aos trabalhadores da administração pública regional “que surge numa altura em que devemos, de facto, garantir-lhes uma valorização especial. Que o governo parece esquecer”.

Aliás, “a presente iniciativa vem levantar uma questão premente, uma vez que o subsidio de risco já existe, apenas não se aplicando porque não está regulamentado”, adiantou a parlamentar.

A esse nível, a deputada do PSD/Açores destacou “o papel dos profissionais de saúde em todo este processo”, e até estabeleceu um paralelo “ao que acontece aos funcionários dos matadouros, por exemplo, também eles expostos a diversos riscos no seu dia a dia”, lembrou.

“Daí que não se compreenda a recusa do governo regional em compensar a entrega das várias categorias profissionais que enfrentam condições mais adversas”, disse Mónica Seidi, recordando que, “no pico da pandemia, fornecer EPI’s e formalizar seguros especiais para os profissionais de saúde não foi mais do que uma obrigação da tutela”, considerou.

“Além disso, a justificação avançada pelo governo de ausência de caso ativos do novo coronavírus na Região não se pode aceitar”, uma vez que “poderá haver uma segunda vaga, em outubro, pelo que convém precaver o futuro e não criar falsos argumentos”, alertou.

Mónica Seidi lembrou igualmente que “a valorização dos profissionais já devia ser uma realidade antes da pandemia e manter-se durante a mesma. De nada serve fazerem-se os maiores elogios durante dois meses e meio, e depois chumbar uma iniciativa que visava essa valorização, ao contrário do que se está a fazer noutras regiões – como a Madeira – e países”, concluiu.

Sobre a referida iniciativa, também se pronunciou o deputado Bruno Belo, que destacou “a posição defendida pelas duas centrais sindicais, ouvidas na Comissão de Política Geral, e que se mostraram favoráveis à implementação da compensação”, disse.

Segundo aquele parlamentar social democrata, “o que agora assistimos, é uma tentativa do governo de menorizar uma questão que é clara e concreta. E, este subsídio de risco, merecido por muitos profissionais, só avança por uma de duas razões: O governo não tem vontade ou não tem dinheiro para tal. Ou até mesmo ambas”, concluiu.