A deputada do PSD/Açores Mónica Seidi criticou hoje a falta de estratégia do Governo Regional “face às carências sentidas pelos produtores de leite da Ilha Terceira, colocados numa posição diferente em relação ao restante arquipélago, e atualmente a viver grandes dificuldades”, afirma.
A instabilidade financeira da lavoura local “tem sido marcada por um preço médio por litro de leite dos mais baixos da Região, agora agravada pela penalização de 15 cêntimos por litro de leite sobre a produção que excede o ano de referência, anunciada pela Pronicol”, explica.
“O Governo Regional parece não estar a acompanhar o que se está a passar na Ilha Terceira com a devida preocupação. Nem soube antever o cenário agora imposto aos lavradores”, diz Mónica Seidi.
“Não reagindo à altura, o governo é assim cúmplice da situação que atravessa a lavoura local”, afirma a deputada do PSD/Açores.
“Atualmente, os produtores terceirenses não têm alternativa na venda de todo o leite produzido, o que os coloca numa condição diferente”, considera a social democrata, uma vez que “os decisores da indústria local possuem mais de 50% do capital da empresa, ou seja a determinação da estratégia empresarial na Terceira está em mãos alheias”.
Mónica Seidi diz que “são preocupantes as consequências na economia terceirense desta situação da lavoura”, frisando que os impactos da Covid-19 nos mercados e no consumo das famílias “já eram previsíveis desde o início do estado de emergência. E ainda agora com as expetativas à escala europeia e mundial apresentadas pelos especialistas”
“A estratégia de produzir mais não está a reverter a favor do aumento do rendimento dos lavradores e, mesmo não havendo quotas leiteiras desde 2015, as limitações já existiam muito antes da pandemia”, reforça.
A deputada estranha que, “com o Centro Açoriano do Leite e Laticínios a reunir com regularidade, não sejam públicas as decisões daquele órgão consultivo do governo, de forma a tranquilizar os produtores de leite quanto à sua situação atual e futura”.
Nesse sentido, o grupo parlamentar do PSD solicitou à tutela “a relação das reuniões tidas com aquela entidade abordando a situação da Terceira e as respetivas conclusões sobre a situação de mercado da Pronicol e sobre o impacto das decisões da indústria no rendimento dos produtores de leite”, avança a parlamentar.
“Queremos ainda saber que alterações na produção de leite e na comercialização de produtos lácteos da Terceira, nos meses de março e abril, justificam a penalização aos produtores”, acrescenta.
Mónica Seidi pretende ainda informações “sobre a estratégia do governo para a produção de leite e laticínios na Região, e especialmente na Terceira, pois foi anunciado um estudo que estaria concluído no final de 2019”.
A concluir, “e face à redução das receitas das explorações leiteiras terceirenses nos últimos anos, acrescida desta penalização do preço de leite em 15 cêntimos, solicitamos todas as medidas de compensação previstas para a redução dos custos de produção dessas mesmas explorações”, diz a deputada.