O PSD/Terceira deu hoje voz a inúmeros empresários da ilha, alertando que “uma parte significativa das nossas micro e pequenas empresas enfrentam atualmente enormes dificuldades de tesouraria, provocadas pela obrigatoriedade de paragem da sua atividade económica, nos últimos dois meses e meio, devido à crise pandémica da Covid-19”, referem.
Rui Espínola, vice presidente da estrutura lembra que o tecido empresarial da ilha Terceira é composto, sobretudo, “por micro e pequenas empresas, onde se incluem sócios-gerentes, que albergam um número considerável de trabalhadores, com um impacto significativo na actividade económica e no sustento de centenas de famílias da ilha”.
Do contacto que o PSD/Terceira tem tido com os empresários locais, “mostra-nos que há mesmo a necessidade do Governo Regional acionar um fundo de tesouraria a fundo perdido, que vise apoiar diretamente as contas de exploração das empresas, em virtude das brutais e comprovadas quebras de faturação que a pandemia provocou”, adianta.
E deu o exemplo “das atividades ligadas aos setores do turismo, da restauração ou até das vendas a retalho, onde o impacto da paragem teve efeitos brutais, além de que a recuperação económica não parece ser visível num futuro próximo, prevendo-se até que o ano 2020, por exemplo na área do turismo, seja um ano perdido. Isso poderá comprometer os investimentos efetuados, contribuir para a insolvência de muitas micro e pequenas empresas e para a não salvaguarda de centenas de postos de trabalho”, diz Rui Espínola.
As medidas apresentadas pelo Governo Regional, nomeadamente, a facilitação do acesso ao crédito bancário, “Antecipação da Liquidez”, “Complemento do Layoff”, “Manutenção do Emprego” e o reforço da linha de crédito nacional no valor de 150 milhões de euros para as empresas açorianas, “são manifestamente insuficientes, representando mais endividamento para as micro e pequenas empresas, e acrescentando maiores dificuldades e incertezas futuras”, considera aquele responsável.
Segundo Rui Espínola, “face aos parcos recursos técnicos que muitas daquelas empresas têm, a medida tem de ser associada a uma desburocratização e simplificação administrativa das candidaturas, para permitir um fácil acesso aos apoios públicos disponibilizados”, defendeu.
E acrescentou o que já propôs o líder regional do partido, José Manuel Bolieiro, que, “para salvaguarda dos postos de trabalho, se proceda à extensão do apoio ao ‘lay-off’ até ao primeiro trimestre de 2021, tal como os parceiros sociais defenderam”.
Apesar de chumbada pelo Partido Socialista, o PSD/Terceira considera também “fundamental” a medida proposta pelo PSD/Açores, orçamentada em 120 milhões de euros, “para a comparticipação de 25% da diminuição da faturação das empresas dos Açores com quebra de rendimento superior a 40% face ao mês homólogo do ano 2019, na modalidade de apoio não reembolsável se as empresas apoiadas mantiverem todos os postos de trabalho até ao final do ano”, conclui o social democrata.