O PSD/Açores viu hoje ser chumbada pela maioria socialista uma iniciativa legislativa para a realização de um inquérito serológico à população açoriana, com o objetivo de averiguar a extensão da Covid-19 e a presença de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2.
Segundo a deputada Mónica Seidi, “perdemos assim uma oportunidade de estar um passo à frente, e de aferir a prevalência de anticorpos e a extensão da doença entre a nossa população”, explicou, acrescentando que “isso já está a acontecer a nível nacional, e os resultados demonstram, até ao momento, que a prevalência da infeção na população é superior ao que se pensa”, esclareceu.
“Mantemos a certeza da importância da nossa proposta. E ficou claro que a mesma só não foi aprovada porque era uma iniciativa do PSD”, lamentou.
“Não compreendemos como é que o governo parece satisfazer-se com um relatório nacional que vai abranger apenas 326 açorianos, menosprezando assim as nossas características únicas, a necessidade de conclusões próprias, e o potencial cientifico da região”, referiu a social democrata.
“O PSD debate-se pela confiança, mas o PS parece apostado em manter o medo”, sublinhou a deputada, dizendo que o chumbo socialista ao projeto em causa “desmerece os profissionais de saúde, os bombeiros, as forças de segurança, os agentes da proteção civil e todos quantos estiveram na linha da frente, combatendo a doença, que teriam prioridade nos testes a realizar”, adiantou.
O projeto de resolução entregue na Assembleia Legislativa, pretendia a realização de testes serológicos para identificar se um individuo teve ou não contacto com o novo coronavírus (designado SARS-CoV-2) no organismo, mesmo não tendo apresentando qualquer tipo de sintomas clínicos, e detetando assim a presença de anticorpos contra aquele vírus.
“A realização de testes serológicos, devidamente validada e obedecendo a critérios bem definidos, poderá ter relevância no âmbito da pandemia que atualmente vivemos”, além de que sabemos que os portadores assintomáticos transmitem a doença, sublinha Mónica Seidi.
A deputada disse ainda que a Organização Mundial de Saúde “defende que os testes serológicos poderão ter um papel importante na identificação de utentes assintomáticos ou de utentes com infeções subclínicas, bem como na possibilidade de determinar a extensão da infeção da doença na população”, conforme referia o projeto de resolução chumbado pela maioria socialista.