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O deputado do PSD/Açores, António Almeida, criticou hoje a passividade do Secretário Regional da Agricultura, relativamente “à apresentação de medidas, que se afiguram urgentes, face aos impactos da pandemia de Covid-19 no setor”, adiantou.

O social democrata defende “uma intervenção concreta a curto prazo, mas também visando o médio e longo prazo na agricultura, na agroindústria e nos mercados de comercialização dos produtos agropecuários dos Açores”.

António Almeida falava durante a reunião de hoje da Comissão de Economia do parlamento regional, onde manifestou o apreço e o respeito pelos agricultores dos Açores, “que têm estado na primeira linha da produção alimentar, mas também contribuindo para a economia regional e para as exportações, correndo riscos, mas sem esquecerem a sua missão”, disse.

Para o deputado, a alteração do comportamento dos mercados, “por via dos que ficam sem trabalho e sem rendimento, quer ao nível das famílias quer dos consumidores, contribui para as expetativas negativas que se estão a formar”, pelo que, salientou, “no setor dos laticínios, as decisões anunciadas pelas indústrias e a passividade do Secretário Regional da Agricultura”.

“Apenas na passada semana, e após uma boa parte das indústrias de laticínios manifestarem junto dos seus produtores as limitações, penalizações e baixas de preço que iriam praticar, é que o Secretário da Agricultura remeteu uma carta aos industriais a apelar para que não baixassem os preços do leite”, lembrou o parlamentar.

Nesse sentido, António Almeida interrogou João Ponte sobre as reivindicações da Federação Agrícola dos Açores e das indústrias de laticínios para fazerem face à crise, “pois é necessário evitar que o custo das decisões da indústria em face do mercado recaia sempre sobre os produtores”, alertou.

O deputado do PSD/Açores realçou as manifestações das indústrias de São Miguel, das Cooperativas de São Jorge e de algumas queijarias especializadas, designadamente do Faial, Que deixam evidentes as suas expetativas, assim como a ausência de medidas que o Secretário remete para quando as consequências forem mais evidentes”, explicou.

António Almeida lembrou também ao Secretário da Agricultura a situação dos horticultores, fruticultores e floricultores, “que estão impedidos de armazenar produtos, pela sua natureza, ficando impedidos de os vender”.

Relativamente aos produtos lácteos susceptíveis de armazenamento e consequente aumento dos stocks, António Almeida perguntou “sobre um programa de apoio para minimizar os custos industriais daqueles stocks”, avançou.

O deputado lembrou igualmente, em comissão, que “antes desta crise, a Região já se debatia com excedentes face ao mercado onde eram comercializados alguns produtos. Isto em resultado das medidas de apoio ao aumento da quantidade produzida, pelo que com a atual crise aguda do mercado os problemas continuam, pois mantêm-se os mesmos instrumentos de subsídio à quantidade, sem olhar à melhoria do rendimento dos produtores agropecuários”, concluiu.