UAç. Reforço do DOP e licenciatura em Ciências do Mar no Faial devem constar do Acordo com o Governo

No âmbito do recente Acordo entre a Universidade dos Açores (UAç) e o Governo da República, o PSD entende que deve haver “um reforço do papel do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), assim como a consolidação do ensino superior na ilha do Faial”, refere o líder da estrutura local do partido, Carlos Ferreira.

“São realidades que constituem vetores importantes para o futuro da nossa ilha, em complemento com o desenvolvimento do centro de investigação OKEANOS”, defende aquele responsável.

Carlos Ferreira avança que, “depois do anúncio do reforço do financiamento público da UAç em 1,2 milhões de euros por ano, até 2023, para compensar os custos da tripolaridade, – totalizando 4,8 milhões de reforço -, é fundamental e obrigatório, que esse contrato inclua a obrigação de realizar a totalidade da licenciatura em Ciências do Mar, no polo da Horta”, defende.

E lembra igualmente que, nas condições atuais, a referida licenciatura “não se tem mostrado minimamente atrativa para os potenciais interessados, devendo adquirir uma nova atratividade no polo da Horta da UAç”, uma vez que “a exiguidade de quadros no DOP também contribuiu para a decisão de realizar aquela licenciatura em São Miguel (dois primeiros anos) e apenas o 3.º ano no Faial, salientando-se que nem isso está a ser cumprido, porquanto o 3.º ano nunca foi, nem é ministrado no polo da Horta”, explica.

Com efeito, e ao longo dos últimos anos, “o DOP não tem merecido o devido investimento, e o Faial assiste ao enfraquecimento e esvaziamento daquela antiga unidade orgânica da UAç, que até baixou para a categoria de subunidade orgânica, perdendo autonomia e relevância institucional no seio da universidade”, refere o social democrata.

“Entre 1994 e 2017, não foi integrado um único investigador nos seus quadros, levando a que o DOP ficasse reduzido a 3 docentes e 4 investigadores vinculados aos seus quadros, numa situação de manifesta carência de recursos humanos”, acrescenta Carlos Ferreira.

“Esse desinvestimento deve-se ao défice financeiro da universidade e, designadamente, aos custos da tripolaridade”, como já admitiu o próprio Reitor da UAç, que num documento formal entregue em 2015 à Assembleia Legislativa, “avaliou os sobrecustos da tripolaridade em 800 mil euros, tendo solicitado a atribuição anual desse montante à universidade, como compensação dos custos adicionais”, recorda.

Carlos Ferreira conclui, lembrando igualmente que, “numa reunião em 2017 com os deputados do PSD eleitos pelo Faial, o Reitor da UAç disse que, se fosse atribuída essa verba à universidade, haveria condições de realizar a licenciatura em Ciências do Mar no Faial e de contratar docentes para o efeito. Daí defendermos precisamente que essas sejam, desde logo, medidas a executar”.