O presidente do PSD/Açores afirmou, no encerramento do 24.º Congresso do partido, que pretende ser Presidente do Governo Regional para “fazer a diferença”, alegando que o arquipélago necessita “um verdadeiro desenvolvimento, mais consistente e mais consequente”.
“Queremos uma democracia de participação e uma autonomia de responsabilização. Sou presidente do partido e quero ser Presidente do Governo para fazer diferente. Para fazer a diferença. Sei as capacidades dos açorianos. Confio na nossa gente. Contem comigo”, afirmou José Manuel Bolieiro, no final da reunião magna do PSD/Açores, que decorreu na Madalena, ilha do Pico.
Para o líder dos social-democratas açorianos, “é urgente fazer diferente. Queremos para os Açores um verdadeiro desenvolvimento, mais consistente e mais consequente”.
“Hoje existem recursos suficientes para retirar as pessoas da pobreza e garantir-lhes progresso social. Com quase meio século de Autonomia, ninguém compreende que um terço da população açoriana (31,8%) esteja a viver em situação de pobreza”, disse.
José Manuel Bolieiro salientou que o combate à pobreza faz-se “apostando na Educação, na Habitação e no Emprego, promovendo a transição de apoios de cariz assistencialista para um projeto de vida associado a um ideal de mobilidade social”.
Segundo o presidente do PSD/Açores, “é preciso investir, a sério, no setor cooperativo e na economia social. Importando criar mecanismos de financiamento e de apoio aos parceiros sociais e ao surgimento de uma nova cultura de empreendedorismo no setor social”.
“O aumento da pobreza é a maior vergonha de qualquer governação. A superação da pobreza é o maior desafio do desenvolvimento”, considerou.
Na Educação, o líder social-democrata defendeu que é necessário tornar a escola “mais atrativa” para os alunos e “valorizar” o papel dos professores, “fazendo também do ensino privado um parceiro efetivo na luta contra o insucesso escolar e na promoção de um educação e formação de qualidade”.
Para José Manuel Bolieiro, “é preciso desenvolver uma linha de formação vocacional para alunos a partir dos 14 anos que tenham, pelo menos, duas retenções registadas, assegurar o uso de manuais escolares digitais e reduzir a despesa das famílias com os livros escolares”.
“É com a Educação que se realiza a mobilidade social ascendente. É pela Educação que se aumenta a produtividade para melhorar o sistema. Ninguém compreende que tenhamos o maior investimento e, ao mesmo tempo, os piores resultados”, frisou.
Na Saúde, o presidente do PSD/Açores propõe-se a fazer dos cuidados primários a “peça essencial” do sistema, “implementando um verdadeiro programa de telemedicina, que ligue os centros de saúde entre si e estes às unidades hospitalares”.
“Queremos reforçar as valências dos próprios centros de saúde, designadamente, com a instalação de unidades de execução de pequenas cirurgias; incentivar a deslocação de médicos especialistas aos centros de saúde e hospitais; promovendo a fixação de profissionais de saúde na Região”, defendeu.
O estabelecimento de convenções com diferentes entidades para que, ultrapassado o tempo máximo de resposta garantida, os doentes em listas de espera para consulta ou cirurgia sejam efetivamente atendidos é outra das propostas do líder social-democrata.
O presidente do PSD/Açores referiu igualmente que uma verdadeira estratégia de combate à pobreza “tem na Habitação um dos seus pilares principais”.
“Há falta de habitação social condigna. Estão muitos jovens à procura de habitação e não a encontram. Temos uma classe média sem meios de acesso ao crédito para habitação própria. Na próxima década, é ou não possível que a maioria dos açorianos tenha acesso a uma habitação condigna? Sim, é possível”, sublinhou.
Nesse sentido, José Manuel Bolieiro propõe a atribuição de apoios às cooperativas de habitação, a criação de fundos, em conjunto com a banca, destinados ao crédito à habitação, e uma maior aposta na recuperação de património já construído.
No Emprego, o líder social-democrata defendeu que a economia açoriana “só tem a ganhar com a baixa de impostos, como o IVA e o IRC, para os níveis existentes antes da imposição da Troika”.
“Um euro na mão dos açorianos é mais útil do que no bolso dos governos”, afirmou.
O presidente do PSD/Açores propôs também a orientação de mais fundos europeus para as pequenas e médias empresas, lembrando que estas “asseguram cerca de 70% do emprego existente na Região, mas só receberam pouco mais de 20% dos fundos financeiros do atual Quadro Comunitário de Apoio”.
O líder social-democrata comprometeu-se a trabalhar para “recuperar a confiança dos açorianos na política”, dado que esta tem de encarada “como um nobre exercício do bem comum”.
“Queremos uma sociedade motivada e participante. Por isso queremos ouvir os açorianos. Ainda mais. Cada vez mais. Para isso vamos convocar a sociedade. Os cidadãos, as organizações, as instituições. O PSD vai promover o ‘Congresso da Sociedade’, para reflexão e debate com todos os setores da sociedade açoriana”, anunciou.
O “Congresso da Sociedade” vai decorrer entre março e maio deste ano com nove sessões em cada uma das ilhas do arquipélago.
“Vamos assim valorizar o contributo individual dos açorianos para o futuro coletivo dos Açores. O ‘Congresso da Sociedade’ põe as pessoas acima dos partidos. É assim que nós somos”, salientou.