O PSD/Açores mostrou “muita apreensão e preocupação” face à possibilidade “de serem tomadas novas medidas para o setor das pescas, nomeadamente a interdição parcial de pescar, em simultâneo, em dois bancos de pesca do arquipélago, nomeadamente o Mar da Prata e o Princesa Alice”.
Segundo o deputado Jaime Vieira, “trata-se de uma péssima notícia para o setor das pescas, um setor que já está muito fragilizado devido aos inúmeros problemas que atravessa”, refere.
O social democrata explica que “o PSD não se pode opor ao fecho daqueles dois bancos, comprovado cientificamente para preservar as espécies, mas defende que se encontrem outras soluções para os pescadores continuarem a ter os seus rendimentos diários”, adianta.
Jaime Vieira diz que o Governo Regional terá que encontrar “medidas mitigadoras, que compensem, no presente e no imediato, os pescadores pelas perdas de rendimentos que tais medidas vão acarretar. E isso não será um custo, mas antes um investimento para garantir o presente e a dignidade dos pescadores, visando o seu futuro”, afirma.
O deputado do PSD/Açores sublinha que a tutela “ignorou, durante muito tempo, os sinais de sobre-exploração daqueles locais. E isso torna as medidas anunciadas muito penalizadoras para o setor, pois ter de fechar mais dois bancos de pesca em simultâneo, sem apresentar alternativas, é tornar insustentável a vida dos pescadores e de quem vive do mar”, alerta.
Jaime Vieira lembra que “isso mesmo foi referido pelo presidente da Federação das Pescas dos Açores, numa entrevista em que afirmou que o setor não iria aguentar-se com tais medidas”, acrescenta.
“O PSD/Açores sempre defendeu que era necessários haver paragens em períodos específicos, dado que havia alguns sinais de escassez de certas espécies piscícolas”, recorda.
“Isso foi avançado, com dados, por alguns cientistas, e comprovado pela consequente diminuição das descargas em lota, pelo que devia ter sido criada a devida compensação para que os pescadores pudessem ser compensados face à proibição de pescar”, defende Jaime Vieira.
“O governo socialista e o partido que o suporta ignoraram sempre essas realidades, afirmando que não havia nos mares dos Açores qualquer espécie em perigo”, reforça.
“Pelos vistos, o governo e o PS estavam enganados, uma vez que agora esta proibição surge de uma forma urgente, e vai limitar as capturas de muitas espécies importantes para o setor, causando ainda a atribuição de mais quotas para outras espécies de peixes”, avança Jaime Vieira.
O deputado social democrata reconhece ainda que “há a necessidade de garantir o rendimento dos pescadores em simultâneo com a sustentabilidade dos ecossistemas”, uma vez que “pescar sem sustentabilidade destrói o futuro”.
“Mas proibir a pesca sem pensar nos pescadores põe em causa a vida das pessoas, e destrói o presente e o futuro. Neste caso, o presente e o futuro das comunidades da pesca”, garante.”Deve pensar-se em primeiro lugar nas vidas das pessoas”, sendo que “os pescadores e os seus familiares não podem ficar sem rendimentos”, insiste o deputado, concordando “com a preservação das espécies”, mas exigindo alternativas oficiais “pois é preciso haver respostas diferentes, que tardam em surgir, e que só vão aparecer com uma mudança de poder”, concluiu.