O PSD/Terceira classificou como “uma enorme desilusão” a recente visita que o governo regional efetuou à ilha, com o executivo “a ser incapaz de dar uma resposta efetiva às reais necessidades e dificuldades que a Terceira enfrenta”, afirmam.
“Fomos contemplados, mais uma vez, naquilo que é crucial, com uma série de visitas de charme, propostas de estudos e promessas de lançamentos de concursos”, disse o vice presidente da comissão política de ilha, Rui Espínola.
O social democrata lembra que o executivo “avançou com a promessa de lançamento de concurso do hub/centro logístico para o Porto da Praia da Vitória, no final de 2019, isto após largos anos de estudos e mais estudos”.
“É algo que já devia estar concretizado, e até seria alvo de uma candidatura ao Plano Juncker, que já nem existe”, sublinha.
“Também continua sem resposta o entreposto de GNL, que nunca avançou. Assim como a rampa rol on/rol off do Porto das Pipas, cuja obra se adia eternamente. Para não falar do cais de cruzeiros da Praia da Vitória, usado amplamente em momentos de campanha eleitoral, que antes era em Angra do Heroísmo e agora é na Praia da Vitória, mas sem qualquer tipo desenvolvimento efetivo, procurando claramente iludir os terceirenses”, criticou Rui Espínola.
Face às atuais dificuldades e constrangimentos no que respeita à carga marítima, quer na vertente interilhas, quer para o continente português, o dirigente do PSD/Terceira, afirma que o governo “nunca conseguiu criar ligações que permitissem a dinamização de um mercado interno e um melhor escoamento dos produtos, necessidades da nossa atividade económica e das nossas empresas”, adiantou.
Quanto ao turismo na Terceira, “anda em completo contraciclo com o restante arquipélago, perdendo passageiros em plena época alta, com graves prejuízos para a hotelaria e comprometendo os investimentos efetuados e a efetuar” diz Rui Espínola
“O governo insiste em desvalorizar a situação, procurando catapultar para futuras novas ligações, como o voo Terceira-Madrid que já deveria estar a funcionar há muito, mas só se iniciará em Dezembro. A perda de passageiros em época alta é um prenúncio negativo para a época baixa, e exigia medidas imediatas do executivo açoriano”, defende o social democrata.
Para o PSD/Terceira “não existe uma estratégia concertada e eficaz de promoção turística da ilha nos mercados internacionais, que consiga captar novos fluxos turísticos”, disse.
Ainda nos transportes, referência para os constrangimentos de mobilidade aérea dos terceirenses em época alta, quer interilhas, quer com o continente português, pela ausência de capacidade de resposta da companhia aérea regional SATA.
“A certificação civil da Base das Lajes não trouxe mais companhias aéreas a voar para a ilha, nem sequer as companhias que por cá pudessem efetuar escalas técnicas, que até diminuiram . Como pretende o governo regional atuar?”, questiona.
Além disso, o PSD local alerta para a continuidade do mau serviço que os CTT prestam à Terceira, com graves prejuízos sobretudo para os nossos empresários; a efetiva descontaminação dos solos da Praia da Vitória, em que quase nada foi concretizado; a indefinição de responsabilidades e respostas efetivas para a melhoria de dezenas de caminhos agrícolas ou para a inversão, do ponto de vista demográfico, de um saldo natural negativo que coloca a Terceira no caminho da perda efetiva de população.
“Na visita estatutária do governo, nenhum destes assuntos obteve respostas, medidas ou ações concretas”, assegura Rui Espínola.
Para o PSD/Terceira, “este é um governo regional que está esgotado, sem capacidade de resposta para os reais problemas da Terceira, que anuncia sempre muito mais do que aquilo que efetivamente executa, num jogo do empurra”.
“Provando que, após 23 anos no poder, se apresenta incapaz de proporcionar o desenvolvimento económico e social de que a Terceira precisa”, concluiu Rui Espínola.