Gestão dos transportes aéreos na Região tem sido amadora

O deputado do PSD/Açores Carlos Ferreira lamentou que a gestão dos transportes aéreos na Região “se faça de forma amadora”, o que tem levado “aos problemas que se repetem, ano após ano, e que nem a SATA, nem o Governo, têm mostrado capacidade para resolver”.

O social-democrata interveio na discussão de uma iniciativa parlamentar que visava o regresso da TAP à rota da Horta, “um desejo que tem sido manifestado frequentemente pela população do Faial”, referiu, “em resultado do bom serviço que a TAP prestou naquela rota durante 30 anos, mas também da incapacidade demonstrada pela SATA/Azores Airlines para servir bem esta ilha e a sua população”, afirmou.

Carlos Ferreira frisou que a SATA “é um instrumento nuclear para a coesão territorial dos Açores, para a mobilidade das populações e para o desenvolvimento das nossas ilhas”.

Mas, “sobretudo no que respeita aos voos com o continente português, a companhia não está a conseguir cumprir de forma satisfatória o seu importante papel”, adiantou.

O deputado do PSD considera que a Azores Airlines está a funcionar “no limite das suas capacidades para a multiplicidade de rotas em que opera, e qualquer problema ao nível das aeronaves, tripulações ou outros, tem um efeito extremamente negativo em toda a operação”.

E recordou que, na rota Lisboa-Horta, o número de passageiros desembarcados “cresceu 15% de 2014 para 2018, não acompanhando minimamente o número de camas, que cresceu de forma exponencialmente superior. Só no alojamento local, o número de unidades aumentou seis vezes em igual período”.

Apontando problemas “quase diários, que degradam a imagem da companhia aérea e que criaram nos passageiros uma acentuada desconfiança face à empresa”, Carlos Ferreira defende que a prioridade da SATA “deve ser a mobilidade inter-ilhas” e, no caso da Azores Airlines, “a ligação entre a Região e o continente, com especial atenção às ilhas inteiramente dependentes da SATA”, disse.

Perante “o surpreendente e flagrante falhanço da Azores Airlines e do Governo em servir bem as nossas ilhas, as populações e os empresários, é importante ter outras companhias que, em complementaridade com a SATA/Azores Airlines, garantam a mobilidade dos açorianos desta parte do arquipélago”, defendeu.

“Não pela simples substituição de uma companhia por outra”, mas sim “com essa complementaridade entre companhias, que pode ser uma solução para as dificuldades sentidas pelo Faial e pelas ilhas do Triângulo no seu todo”.

Para Carlos Ferreira, “a vinda da TAP ou de outras companhias para estas ilhas não afasta uma necessidade premente. A SATA tem que melhorar, de imediato, a qualidade do serviço que presta ao Faial e ao Triângulo”, concluiu.