Os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial propuseram a classificação da Igreja do Carmo, na cidade da Horta, como monumento de interesse público, alegando que se trata de um “imponente conjunto arquitetónico” cuja recuperação “urge continuar e intensificar”.
Num projeto de resolução entregue na Assembleia Legislativa dos Açores, Luís Garcia e Carlos Ferreira salientam que se a classificação da Igreja do Carmo “já tivesse acontecido em tempo oportuno, certamente não se teria deixado degradar ao ponto a que chegou, nem se teriam provavelmente permitido construções de duvidoso enquadramento na envolvente do antigo Convento e Igreja do Carmo”.
“A ausência de uma classificação da Igreja do Carmo é uma lacuna que todos, enquanto políticos e cidadãos, temos a obrigação de colmatar, por respeito ao valioso património que nos legaram os nossos antepassados, mas também pelo que queremos deixar às gerações vindouras”, afirmam.
Os parlamentares do PSD/Açores referem que, apesar da reabertura do templo ao culto em 2018, após 22 anos em que “esteve fechado e quase ao abandono”, a Igreja do Carmo “ainda está privada de muito do seu acervo patrimonial”.
“Há, por isso, para a total recuperação do seu património artístico, muito trabalho ainda por fazer, tarefa para a qual também se aguarda o devido apoio técnico e financeiro do Governo Regional dos Açores”, frisam.
Segundo Luís Garcia e Carlos Ferreira, “nada justifica que este monumento ainda não tenha sido classificado e, por via disso, devidamente inventariado, protegido e valorizado”, pelo Governo Regional, atendendo a que estão em causa um “imponente conjunto arquitetónico, o seu acervo artístico, o papel histórico e o inegável interesse cultural deste imóvel”.
Os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial lembram ainda que o Convento do Carmo, anexo à Igreja, “que pertence ao Estado e até 2008 esteve afeto a funções militares, foi, em 2016, integrado no projeto REVIVE”.
“Espera-se que, num futuro próximo, possa o templo ser reabilitado para fins turísticos, sendo que, neste contexto, a classificação como monumento de interesse público é igualmente importante”, defendem.
Luís Garcia e Carlos Ferreira acrescentam que a Igreja do Carmo “é considerada uma das maiores, se não a maior igreja dedicada a Nossa Senhora do Carmo em Portugal”.
A Igreja do Carmo, na cidade da Horta, foi o primeiro templo carmelita a ser construído, a nível nacional, fora de Portugal Continental e serviu como um convento de ligação intercontinental dos carmelitas entre a Europa e a América.
O templo começou a ser edificado em 1698, ficando concluída apenas no século seguinte.
Para além de apresentar uma grandiosa fachada em estilo barroco, foi, juntamente com o Convento do Carmo que lhe está anexo, construída em local sobranceiro à cidade, o que permite ser facilmente observada por quem chega ao Faial, especialmente por via marítima.
O interior da Igreja do Carmo tem cerca de cinquenta metros de comprimento e nove metros de largura, sendo o seu corpo principal constituído por três capelas laterais de cada lado, com destaque para a capela-mor precedida de um amplo transepto.