O PSD/Faial defendeu o arranque imediato das obras em terra no Porto da Horta, “mas rejeitando qualquer intervenção no plano de água do porto, enquanto o Governo não esclarecer todas as dúvidas dos operadores portuários sobre as consequências da obra no mar”.
Carlos Ferreira, presidente dos social-democratas faialenses, adiantou que aquele investimento “já vai na sua terceira versão de projeto e ainda não reúne a aceitação de parte significativa dos muitos agentes que trabalham e conhecem o nosso porto”.
Assim, os social-democratas acusam os verdadeiros responsáveis pela situação: “que são o Governo Regional, a Portos dos Açores, e alguns cúmplices no Faial”, que apenas têm tentado “mascarar os erros cometidos, e isso nós não podemos permitir”, frisou.
“Se está tudo garantido com a solução apresentada, para que se vão instalar equipamentos para estudar o aumento da agitação marítima, que antes diziam não haver?”, questionou Carlos Ferreira, considerando ”incoerente que o Governo e a Portos dos Açores insistam em avançar com uma obra que pode condicionar para sempre o porto da Horta”, disse.
O social-democrata criticou as várias fases do reordenamento do porto da Horta, lembrando que “a decisão de encurtar o novo cais, limitou o potencial da infraestrutura. E a mudança no seu ângulo de orientação afetou a operacionalidade e a segurança do porto”.
“O encurtamento daquele cais foi feito por razões economicistas e não por razões técnicas. Aliás, um estudo técnico mandado fazer pela Mesa de Turismo da Câmara de Comércio e Indústria da Horta, confirmou isso mesmo”, referiu.
“Condenamos e lamentamos a forma descuidada como foi conduzido este processo, que devia envergonhar esta governação, e que tem prejudicado o Faial e o seu porto no presente, arriscando-se a condicionar também o seu futuro”, disse o também vice-presidente do PSD/Açores.
Carlos Ferreira sublinhou que o PSD do Faial “quer investimento, mas não um presente envenenado ou uma obra que possa destruir o nosso porto”.
“Se o Governo e a Portos dos Açores tivessem assumido os erros cometidos e as implicações da construção do molhe norte, e tivessem ouvido com seriedade a comunidade portuária, mandando elaborar um estudo sério, credível e transparente, estaríamos certamente noutro patamar de investimento no porto da Horta”, afirmou o social-democrata.
A obra, nos moldes do projeto apresentado pela Portos dos Açores, “pode condicionar irremediavelmente o porto da Horta, reduzindo a área de manobra, prejudicando a operacionalidade e afetando as condições de segurança”, avançou.
Carlos Ferreira defende “que se estude o que tiver que ser estudado. Que se corrija o que tiver de ser corrigido. E, entretanto, que se avance de imediato com as muitas obras a fazer em terra”.
O líder do PSD local disse mesmo que a defesa do porto da Horta “tem de estar acima de qualquer querela partidária, e por isso alguns terão de decidir se continuam a defender o interesse partidário ou se começam a defender os interesses do Faial”.