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Sinais do Parlamento Europeu
Estamos contentes! Apesar de ainda ser necessário a negociação com o Conselho da U.E., o Parlamento Europeu aprovou, na passada semana, uma proposta que permite às regiões ultraperiféricas como os Açores, manter a taxa de cofinanciamento de 85%.

Isto quer dizer que, com 150 mil euros do orçamento regional (ou do banco) podemos continuar a investir um milhão de euros. A confirmar-se, o governo pode continuar a gastar e a dar dinheiro às pessoas para ficarem satisfeitas, mesmo que os problemas não se resolvam de forma sustentável.

Crise do Leite na Terceira
Com uma única fábrica de lacticínios na ilha, dominada por capital continental, os lavradores da Terceira estão c’ma doidos!

Têm um baixo preço de leite, numa fábrica que transforma a maior parte desse leite em leite em pó (o produto indiferenciado de menor valor comercial), e ainda por cima pagam “multas” por terem entregue mais leite do que as quantidades de referência. Belo negócio! Como uma desgraça nunca vem só, os custos de produção aumentaram e apanharam com a seca, ficando sem produção de comida na exploração para os animais.

Compram rolos de erva a outros, palha importada, fibra e ração subsidiada com as organizações de produtores e as fábricas de ração a financiarem o governo. Só pode ser outro bom negócio. O governo…está a estudar a situação e diz que a fábrica de lacticínios é que tem culpa!

Crise do Leite no Pico
João Ponte disse “o futuro da cooperativa está nas mãos dos produtores de leite do Pico. Em seis anos a cooperativa perdeu 2,5 milhões de litros. Se a produção de leite continuar a diminuir, como aconteceu em 2018, com uma redução nas entregas de 15%, a viabilidade e a rentabilidade fica em risco”.

Mas não foi o governo que financiou o aumento da capacidade da fábrica de lacticínios do Pico, e pediu à Lactaçores para apoiar na gestão e na comercialização daquela unidade, abandonando a estratégia da instalação de queijarias capazes de produção diferenciada, quando já sabia que uns quantos produtores já tinham manifestado vontade de abandonar a produção de leite e dedicar-se à carne, visto que o preço de leite industrial não era compensador! A culpa não pode ser agora dos lavradores do Pico.

Crise do Leite em São Miguel
Com o fim das quotas leiteiras a produção de leite em São Miguel explodiu. Foi para diluir custos de produção e ganhar dimensão, sem que a área por exploração pudesse aumentar.

O preço do leite em São Miguel continua longe da média da União Europeia e os investimentos feitos pelos lavradores são avultados. As políticas públicas não foram orientadas para aumentar os lucros das explorações, mas sim para produzir mais leite. Os subsídios são quase todos por litro de leite e por vaca.

Consequência: mais vacas e mais leite, maior faturação o que não significa lucro. Junta-se a seca, os custos com alimentação aumentam e o prejuízo é maior. O governo subsidia os alimentos importados. A indústria, aflita, quer por o leite “pela porta fora” a qualquer preço. As grandes superfícies aproveitam e obrigam as fábricas a concorrerem baixando o preço.

Crise na Secretaria da Agricultura
Enquanto o Secretário Regional passear em todas as ilhas anunciando apoios, como faz agora, a divulgar um Posei para 2019 com o mesmo montante de 2018, de 77 milhões mais 8 milhões de verbas regionais, e cantando uma vitória cheia de rateios em que os produtores verão os apoios por unidade diminuírem…não existe crise!