O deputado do PSD/Açores João Bruto da Costa afirmou que o Partido Socialista e o Governo Regional “promovem a pobreza nos Açores, alimentando-se da mesma para cobrar votos em períodos eleitorais”.
O social-democrata usava da palavra no parlamento açoriano, num debate sobre pobreza e exclusão social, onde avançou que, “para os socialistas dos Açores, essa pobreza nunca será um verdadeiro problema, pois para se manterem no poder a sua prevalência é a única solução”, aludindo “à troca de favores eleitorais, que são uma verdade indesmentível. Como o são os 22 anos de governação, em que os vários executivos do PS não foram capazes de melhorar as condições de vida e as tendências sociais” no arquipélago.
Segundo João Bruto da Costa, não se pode aceitar que, num dia, “se apresentem planos e estratégias, e no outro dia se diga que que não existe um problema de pobreza ou que esta apenas se cinge a uns focos. Como agora parece ser a cartilha que querem impingir com intenções muito claras, que conhecemos bem e que não deixaremos de denunciar”.
O deputado social-democrata adiantou mesmo que “não é sério quem diz que apenas existem focos de pobreza nos Açores”, lembrando que “esse não é um problema desta ou daquela freguesia, desde ou daquele bairro, desta ou daquela rua”, sublinhou.
João Bruto da Costa apontou os sucessivos estudos do INE, “que colocam sempre os Açores governados por socialistas como a região com maior incidência de pobres de todas as regiões de Portugal, e que dizem tudo: 31,5% da nossa população vive em risco de pobreza”, citou.
Aliás, “os dados são inegáveis, quando temos uma região com 25 mil alunos a beneficiar de ação social escolar, 64,2% do total de alunos dos Açores. Ou mais de 18 mil cidadãos a receber o RSI, num total de 7,5% do total da população residente. Uma região onde 35 mil idosos – 15% da população – recebem o complemento regional de pensão, o chamado cheque pequenino, não tem focos de pobreza, mas um sério problema de pobreza estrutural e duradoura”, disse.
O deputado do PSD/Açores lembrou ainda que “mais de 66% dos agregados familiares que descontam IRS estão no escalão mais baixo do imposto sobre o rendimento. Na mesma região onde um em cada três jovens adultos está no desemprego, 70% dos que estão a trabalhar têm um emprego precário e o abandono escolar precoce é mais do dobro da média nacional, com 27,8%,”, recordou.
“O governo regional e o PS não podem agora sacudir a água do capote e fazer de conta que não foram as suas políticas, as suas atuações, a sua ideologia e a forma de exercício do poder que nos trouxeram a estes resultados”, criticou.
O parlamentar lamentou as falhas do plano de ação da estratégia contra a pobreza, onde o Governo Regional “voltou a não cumprir com várias das metas estabelecidas, devendo explicações aos açorianos para esclarecer as razões dessas falhas”.
João Bruto da Costa lamentou ainda “o sistemático chumbo das iniciativas do PSD para enfrentar a questão da pobreza nos Açores”, dando como exemplo a criação do serviço de apoio domiciliário aos domingos e feriados.
Assim como lembrou “a forma jocosa e o desprezo” com que o presidente do governo tratou a proposta do PSD/Açores para a criação de um órgão executivo “para coordenar e implementar das medidas aprovadas no plano regional de combate à pobreza, com rigor e independência”.
“Até a Casa da Autonomia, esse ícone adiado do socialismo regional, tem uma estrutura de missão, com um coordenador e dois vogais”, avançou.
João Bruto da Costa concluiu, deixando claro que a maioria socialista “se alimenta das desigualdades e das fragilidades, e de um grande número de açorianos para a manutenção do poder. É uma realidade que continuaremos a denunciar e a combater”, disse.