Utopia – Opinião de João Bruto da Costa

Os pobres, no socialismo atual, são o resultado da estratificação social nivelada por baixo e tatuada pela corrupção.

Não há país onde a pobreza tenda a residual que deva essa possibilidade a regimes socialistas ou a governos socialistas.

A razão é simples e objetiva: o que distingue hoje o socialismo, radicalizado e obstinado, é alimentar a pobreza reciclada em sucessivas tragédias económico-financeiras.

Ora, o que a globalização teve de bom, se é que teve alguma coisa, foi a perceção de que qualquer pessoa pode ter acesso às condições de vida daqueles com quem partilha o mundo global.

A pobreza não deixou de ser pobreza, mas governar para a contínua existência de pobres tornou-se um exclusivo socialista.

E quando tudo colapsa há duas vias possíveis: a radicalização inversa, ou uma alternativa realista, capaz de não ceder ao populismo mas transparente para não se confundir com o status quo.

Começa a ser utopia, pois onde falha a democracia, enquanto concretização do sonho vivido pela globalização, o extremismo vai tomando o seu lugar.