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O grupo parlamentar do PSD/Açores requereu ao Governo regional esclarecimentos sobre o modelo de funcionamento que pretende implementar no Hospital da Horta e na Unidade de Saúde da Ilha do Faial, após as obras agora lançadas a concurso, alegando que o próprio executivo tem vindo a adensar dúvidas quanto à manutenção da autonomia destas duas unidades.

Carlos Ferreira e Luís Garcia notam que o executivo começou por admitir que a deslocalização da Unidade de Saúde da Ilha do Faial para um edifício a construir junto do “Bloco C” do Hospital da Horta iria possibilitar o “estabelecimento de sinergias” e uma “interação efetiva” entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, mas, aquando do lançamento da empreitada, o executivo adiantou que “os benefícios desta fusão situam-se ao nível da relação direta dos utentes com o hospital, criando um polo de saúde que dará melhor resposta às novas tendências sociais, alterações demográficas e evoluções tecnológicas”.

Para os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial, tais afirmações “adensam as dúvidas” e, neste quadro, é “absolutamente urgente clarificar que modelo de funcionamento pretende o Governo implementar após esta intervenção e assegurar, desde já, que, apesar da proximidade, ambas as entidades (Hospital e Unidade de Saúde) manterão as suas identidades, missões e valências”.

“O que pretende o Governo regional dizer com ‘fusão?”, insistem os deputados no requerimento entregue no parlamento açoriano.

Carlos Ferreira e Luís Garcia consideram que a “deslocalização da Unidade de Saúde da Ilha do Faial para um edifício a construir junto do “Bloco C” do Hospital da Horta pode trazer algumas vantagens para os utentes e possibilitar o estabelecimento de sinergias entre as duas instituições de saúde do Faial”, mas querem saber que sinergias serão efetivamente criadas.

Os deputados apontam ainda os constrangimentos que a deslocalização da Unidade de Saúde da ilha do Faial para junto do Hospital da Horta vai provocar no trânsito e no estacionamento naquela zona da cidade, defendendo o reforço de parques de estacionamento automóvel na zona do hospital.

Além disso, os deputados querem ainda saber se a empreitada agora lançada inclui a substituição das canalizações que têm sido apontadas como a causa para os focos de legionella que têm ocorrido no Hospital da Horta e se prevê a substituição das coberturas de amianto que existem nesta unidade hospitalar.

O Governo regional lançou a 6 de fevereiro de 2018 o novo concurso para a “empreitada de remodelação do Hospital da Horta e a construção do edifício da Unidade de Saúde da Ilha do Faial”, obras prometidas em agosto de 2014 pelo presidente do Governo regional durante a inauguração do “Bloco C” do Hospital.

Vasco Cordeiro adiantava então que a segunda fase das obras no Hospital da Horta decorreria no segundo semestre de 2015, como previa a defunta Carta Regional de Obras Públicas.