Marcos Couto defende uma voz ativa para Angra do Heroísmo

Marcos Couto apresentou-se ontem como candidato do PSD/Açores à presidência da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. O professor e empresário, com 45 anos de idade, assumiu liderar um grupo “que quer trabalhar pelo concelho, sem estar contra ninguém”, protagonizando aquele que também é “um ato de libertação de uma ilha, de uma cidade e de uma terra. Porque Angra do Heroísmo e a Terceira têm de ter voz ativa na defesa da sua diferença”, afirmou.

“Pretendemos ser uma candidatura que possa trazer desenvolvimento a Angra do Heroísmo e à Ilha Terceira. Queremos ser essa voz ativa na recuperação da nossa autonomia, e contra a hegemonia de um poder que, até agora, só nos prejudicou”, frisou, perante mais de 400 pessoas.

Marcos Couto alertou para uma situação “dramática” da agricultura e do setor do leite na Terceira, onde se verifica “um monopólio da comercialização que assenta em produtos de baixo valor, o que se traduz em baixos rendimentos para os produtores”.

Assim, o candidato quer apoiar a construção “de uma nova unidade de transformação, que permita explorar toda a fileira, com produtos de valor acrescentado”, de forma a melhorar a vida a “esses produtores sufocados”, numa realidade em que “apenas a indústria está a lucrar”, avançou.

Sobre o setor do Turismo, Marcos Couto afirmou que Angra do Heroísmo “tem condições únicas para o desenvolvimento do Turismo”, mesmo se “não nos quiseram dar um cais de cruzeiros”, o que não impede que essa seja uma aposta forte, “porque Angra é a melhor cidade dos Açores para receber o turismo de cruzeiros. E tem que ser a Câmara a agarrar essa oportunidade e a trabalhar por ela”, garantiu.

Por último, “a Natalidade, um inimigo silencioso do concelho de Angra” que, entre 2001 e 2015 perdeu 1100 pessoas, 700 delas entre os 0 e os 4 anos de idade, pelo que Marcos Couto pretende implementar “o programa “Crescer”, de incentivo à natalidade, com apoios que podem ir até aos 200 euros por mês, durante dois anos e meio, para as famílias da classe média das freguesias onde esse problema é mais grave”.

Joaquim Ponte, antigo presidente da autarquia e candidato à presidência da Assembleia Municipal, mostrou-se “confiante” numa candidatura que tem a difícil tarefa “de reerguer o concelho de Angra, mas também de recuperar a importância da Terceira no contexto dos Açores. Não podemos deixar que a nossa terra continue a ser governada de fora”, alertou.

Já Paulo Simões Ferreira, ex-presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira, revelou não ter hesitado, “ao receber o convite do Marcos Couto para apoiar a sua candidatura. Ninguém tem defendido, publicamente, Angra e a Terceira como ele, pelo que acredito que, na Câmara, ainda o poderá fazer melhor”, afirmou.

A lista encabeçada por Marcos Couto apresenta ainda como candidatos Miguel Bezerra (engenheiro zootécnico), Rita Olaio Andrade (economista), Francisco Câmara (engenheiro de sistemas), Bárbara Ourique (fisioterapeuta), Anabela Borba (engenheira zootécnica), Alberto Gonçalves (empresário), Maria de Lurdes Furtado (empresária), José Francisco Cota (agente transitário) e Rosana Melo (licenciada em Guias da Natureza).