1. Já é conhecida a programação de voos da SATA Internacional, agora designada Azores Airlines, para o verão de 2017. E há más notícias para o Faial. A Azores Airlines prevê realizar entre Lisboa e a Horta, nos meses de julho e agosto, apenas nove ligações diretas por semana. Esta redução é uma afronta aos Faialenses e, a concretizar-se, constitui mais um retrocesso nas acessibilidades aéreas ao Faial e mais um forte rombo na nossa economia.
Recorde-se que nos últimos anos em que a TAP voava nesta rota realizava catorze voos semanais em julho e agosto. Em 2015 a SATA, quando substituiu a TAP nesta rota, reduziu para dez o número ligações semanais entre Lisboa e a Horta naqueles meses. Tal redução teve graves consequências na mobilidade de quem aqui vive e inviabilizou a vinda de muitos turistas. Tais constrangimentos e a contestação da generalidade dos Faialenses obrigaram a SATA a realizar este ano (ano de eleições!), doze ligações semanais, naquele período. Uma melhoria de 2015 para 2016, mas mesmo assim insuficiente. Quando esperávamos que a SATA aumentasse o número de voos para 2017, pelo contrário, vai reduzi-los e prepara-se para prestar mais um mau serviço ao Faial!
2. Desde que a TAP abandonou a rota da Horta que as principais forças vivas desta ilha têm reivindicado junto do Governo Regional e da SATA para que seja assegurado nos meses de julho e agosto, pelo menos, o mesmo número de ligações diretas que se verificavam em 2014, ou seja, catorze. E espero que aquelas forças mantenham firme essa reivindicação justa e que não se rendam perante os argumentos falaciosos da Administração da SATA, como aparentemente parece estar a acontecer. Mas isso analisaremos em próxima oportunidade.
Também o movimento cívico que surgiu recentemente na sociedade faialense com o objetivo de defender o aeroporto da Horta e melhores acessibilidades aéreas ao Faial tem entre as suas reivindicações esta pretensão de aumento de ligações com a capital portuguesa especialmente no verão.
Além disso, a fundamentar a necessidade de um aumento do número de ligações com a Horta está o recente recorde de passageiros atingido pelo aeroporto da Horta, que só não foi batido mais cedo este ano por causa do número anormal de cancelamentos e desvios de voos que aconteceram este ano. Apesar de todos estes condicionalismos, o facto de o número de passageiros estar a crescer é sinal de que há procura e que, provavelmente, se existisse outro tipo de condições e mais ligações, esse aumento poderia acontecer a outro ritmo, com claros benefícios para esta ilha e para o Triângulo.
Ora, perante estas evidências e as justas reivindicações dos Faialenses, o que faz a SATA e o Governo Regional? Apresentam uma programação de voos para 2017 que estranhamente não responde às necessidades e ao crescimento que se tem verificado. Programar apenas nove ligações semanais diretas entre Lisboa e a Horta nos principais meses turísticos e de férias do ano é uma verdadeira afronta aos Faialenses e configura um impensável desejo de estrangular esta rota e esta ilha!
3. A melhoria das acessibilidades constitui provavelmente o maior desafio que o Governo que agora inicia funções tem em relação ao Faial. O mau serviço prestado pela Azores Airlines ao Faial e os problemas associados às condições operacionais da pista do nosso aeroporto são um forte obstáculo ao nosso desenvolvimento. Acresce a isto que a generalidade de quem aqui vive está finalmente muito desperta para esta realidade e disponível, como se viu, para lutar por mudanças e soluções. O novo Governo Regional tem de decidir se quer, como os anteriores, ser parte do problema ou da solução. E se quiser ser parte da solução tem de perceber rapidamente que as acessibilidades aéreas ao Faial só melhorarão com um adequado serviço da Azores Airlines nesta rota, com mais ligações diretas entre a Horta e Lisboa e a outros destinos e com ampliação da pista do nosso aeroporto. Só desta forma é que se resolverão de forma estrutural os constrangimentos daquela infraestrutura.
Identificados os problemas, o Governo Regional tem de ser consequente e agir. Relativamente à pista do aeroporto deve assumir a liderança política do processo com vista à sua ampliação, procurando e envolvendo as parcerias técnicas e financeiras necessárias.
Bem sei que ao nível da estrutura orgânica e de titulares o novo governo não trouxe novidades neste domínio. E também percebo que os obstáculos e os lobbies contra este investimento, que existiam anteriormente, permanecem no governo com igual ou até com mais força. Mas também constato com satisfação que temos agora à mesa do Conselho do Governo, onde as coisas se decidem, alguém do Faial que tem a obrigação de nos defender e de convencer os seus colegas da necessidade e das vantagens deste investimento para o Faial e para os Açores. Estou certo que assim procederá.
Pela parte dos Faialenses espero que todos percebam, de uma vez por todas, que este é um investimento decisivo para o nosso futuro e que só a união de todos, mesmo todos, terá a força suficiente para exigir a sua concretização.

